Death Mailler -~ Capítulo VI [Traição]

por **Kiko Chuck** Ter Nov 23, 2010 2:56 pm

Desculpa a demora pessoal... Estou sem tempo de passar a história pro PC... Mas ainda escrevo ela no caderno ;D

============ Informações
Autor: Kiko Chuck
Censura: 16+
Gêneros principais: ação, drama e suspense.
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============ Capítulo VI - [Traição]
Bia disse que tinha uma lan house em frente ao hotel, mas a lan house citada mais aprecia um bar do que deveria ser. Havia todo tipo de bebida sendo vendida para menores de idade e uma incrível falta de organização, porém, era minha única opção.
-Quero acessar meu e-mail. – disse ao operador.
-Só isso? Não vai usar mais nada além do browser?
-Não.
-Mesa dois, ali. – falou enquanto apontava para a mesa.
Sentei frente ao computador e abri o e-mail. Tinha tantas mensagens de amigos distantes que não sabia por onde começar. Vi o nome de Kuroshigo, um amigo de vizinhança que foi trabalhar no Canadá, então, decidi ler para saber das novidades. Abri:

“Ichirou! Saudades! Manda um alô pra Luana também.
Ando muito ocupado porque a empresa cobra mais do que deveria. Acho que vou processá-la porque isso não estava no contrato. Mas não quero perder esse emprego, pois estou namorando uma funcionária da empresa que é demais! É a única mulher que me leva a loucura na cama, se é que me entende, rs. Só não sei se ela me curte tanto quanto a curto. O que devo fazer, sênior? Você é 6 anos mais velho que eu! Deve ter algum conselho pra mim...
Do seu amigo,
Kuroshigo”.

Primeiramente, ri, depois fiquei impressionado por ele finalmente conseguir uma namorada. Ele esperava por um conselho e eu só pude dizer “Siga em frente e abra o caminho. Se ela não te curte, faça-a curtir”; não sabia bem o que falar pois nunca estive nessa situação, deve ser complexo.
Depois de responder o e-mail do Kuroshigo, voltei minha atenção ao meu objetivo. Passei cerca de três páginas de e-mails de pessoas normais até encontrar uma sem remetente entitulada “Parabéns”. Abri:

“Se chegou até esta mensagem, significa que já descobriu o suficiente para saber que o jogo não acabou. Sim, sou o Dark Messenger e desta vez será impossível me rastrear pelos e-mails. Infelizmente, o jogo mudará completamente, como um update. Não será você quem escolherá quem morre, nem quando morre. Enfim, você apenas lançará um dado que deve estar na recepção de onde estiver hospedado, uma vez por dia. Os dados enviam um código a depender de qual pólo magnético fica para cima e, a cada três dias, os códigos se somarão e gerarão um nome numérico indicando a próxima vítima, que morrerá no dia seguinte. Ou seja, uma morte a cada quatro dias. Como regra, não poderá contar quem morre nem mostrar o e-mail para ninguém! No terceiro dia, você receberá o nome da vítima e o local, mas não a hora. Isso servirá de pista pois agora eu mesmo irei te pressionar. Que vença o melhor.
Lembre-s de jogar o primeiro dado hoje.”

O jogo ficou ainda mais complicado. Não há mais tantas regras como antes, mas as poucas que ficaram são as mais perigosas. Ao meu ver, Dark Messenger gosta de ação e agora irá trabalhar sozinho, um contra um. Não dá para saber seu sexo, mas percebe-se que tem sérios problemas psicológicos. Com as poucas informações que memorizei do e-mail que se autodeletou, abri o Google.com e pesquisei por “dados com pólos magnéticos”, achando que não haveria muitos links para o material citado. Mas, não havia links sobre os dados, apenas sobre os pólos magnéticos.
“Ele construiu o dado?” – pensei – “É um cientista?”.
Procurei por “cientista louco viciado em jogo” e me espantei com a quantidade de links, mas nenhum que se encaixava com o que digitei. Desisti de procurar com as informações do e-mail; ele ou ela não se entregaria de tal maneira. Paguei R$0,20 pelo uso do computador e voltei para o hotel. Na recepção, perguntei se havia algo guardado para mim.
-Qual o seu nome, senhor?
-Lucca. – era meu codinome.
-Qual quarto?
-401.
O homem da recepção colocou a mão numa caixa reservada para o quarto 401 e puxou um envelope.
-Não tem nada para Lucca.
-E Ichirou?
-É o senhor?
-Não, sou Lucca. Ichirou é meu irmão. – disfarcei.
-Só esse envelope. – entregou – Mais alguma coisa?
-Não, obrigado. – respondi enquanto dirigia-me ao elevador.
Enquanto subia, abri o envelope. Tinha um papel e uma caixa, onde estava o dado. No papel, havia instruções como “desligar o celular antes de jogar o dado”; “usar o tabuleiro enrolado na caixa para saber qual o nível de cada código”. O tabuleiro era marcado com quadrados verdes, amarelos e vermelhos; os verdes são níveis fáceis, amarelos são médios e vermelhos, difíceis. Havia também quadrados de livre passe, provavelmente para não haver mortes em alguma rodada.
-O que é isso? – perguntou Bia, assim que entrou no quarto.
-Um jogo.
-Dark Messenger?
-Hum... – pensei se quebraria alguma regra ao falar – Sim... Mas agora é completamente diferente.
-Como é?
-Uma vítima a cada quatro dias; não posso falar quem é a vítima e nem mostrar o e-mail dele para ninguém.
-Só isso?
-Eu devo jogar esse jogo de tabuleiro uma vez por dia para acompanhar meu andamento. Há instruções nesse papel. – entreguei.
-Então você estava certo... Ainda está jogando...
-Sim, uma completa mudança de nível. Agora ele mesmo matará as vítimas.
-Ele está querendo te desafiar pessoalmente?
-É o que parece... E pelo visto, já sabe que estamos aqui.
-Melhor eu voltar pro meu hotel... – disse enquanto levantava-se da cama.
-Por hoje, tudo bem... Ninguém morrerá mesmo...
Bia foi embora e fiquei sozinho no quarto do hotel. Sinto-me uma criança tentando alcançar a grandiosidade do Dark Messenger. Como alguém pode usar tal inteligência para o mal? É desperdício. O que aconteceria se ele ou ela sofresse um acidente? O jogo pausaria novamente? Joguei o dado. Número 4, quatro passos no tabuleiro: verde, amarelo, vermelho, verde; nível fácil: “puxarás uma carta no dia seguinte”.
“Carta? Que carta?” – pensei.
Peguei novamente o papel de instruções e li no verso da folha: “Você receberá cartas diariamente. Leia-as apenas se o tabuleiro mandar”. Dúvida explicada. Depois de tantas perguntas respondidas num só dia, o cansaço levou-me à cama e a falta de forças me fez dormir.
Acordei com o brilho do sol em meu rosto, esqueci de fechar as cortinas e realmente me arrependo por isso. Logo depois de me levantar, joguei o dado. Número 1, um passo no tabuleiro: amarelo, nível médio: “reduzirá dois passos na próxima rodada”. Depois fui me arrumar para me encontrar com o restante da equipe de trabalho no térreo. Eram 5:30 da manhã e o hotel já estava liberando o café-da-manhã para seus clientes. Quando passei pela recepção para ir ao restaurante do hotel, o funcionário chamou por mim e entregou um papel.
-Deixaram isso agora pouco.
Encarei o papel e olhei para fora do hotel, havia muita movimentação, não dava para identificar quem o deixou ali, por tanto, o abri:

“Esta é sua primeira carta. Cada carta terá uma dica sobre mim. Se abrir uma carta sem a permissão do tabuleiro, morrerá. Acumule as cartas, assim poderá abrir qualquer carta aleatoriamente quando tiver permissão. A dica de hoje é: olhos castanhos e distantes, sempre atentos.
Boa sorte.”

Olhos castanhos, é tudo que sei sobre o físico do Dark Messenger. Seria homem ou mulher? O que quis dizer com olhos distantes? A dica é um pouco confusa, típico de jogos que trabalham nossa mente. Logo fui ao restaurante e vi que muitos já estavam terminando de comer.
-Nem me esperaram... Seus esfomeados. – ri.
-Quem mandou dormir demais? – retrucou Tom.
-Que horas você foi dormir?
-Umas 16...
-Nesse horário eu estava retornando da Biblioteca Nacional.
-Fazia o que por lá?
-Pesquisando sobre o Dark Messenger. – sorri.
-Ah, esfomeado! Não era folga? – os outros riram.
-Bem, por enquanto descobri que o Dark Messenger tem olhos castanhos. – entreguei meu relatório.
Todos pararam de comer e olharam para mim. Ninguém imaginava como encontrar alguma pista sobre o físico do procurado e eu afirmo algo que sei. Demonstrei superioridade em inteligência e logo todos se empolgaram com a informação:
-Vamos conseguir captura-lo dessa vez! – falou Jonathan, outro gênio.
-Espero que sim! Agora deixem-me comer!
-Um brinde ao Ichi! – disse Bia, entrando no restaurante e vindo em minha direção.
-Ao Ichi! – todos berram e bebem seus sucos.
O restaurante mais parecia um navio pirata pós-vitória.
-Bom dia. – falei sorrindo para Bia.
-Bom dia... Não pude deixar de ouvir sua notícia... Como conseguiu?
-O jogo de tabuleiro me levou até a dica que alava isso...
-Então o jogo ficou mais interessante!
-Pois é... – peguei o pão com presunto e dei uma mordida – Quer?
-Não, obrigada.
Sentamos numa mesa longe dos investigadores e logo Bia queria saber tudo sobre o novo nível do jogo e contei apenas o que podia contar, o que não era muita informação útil.
-Ah, eu quero jogar com você!
-Não dá... Você sabe.
-Então o que vamos fazer hoje?
-Não tem muito a se fazer...
-Não íamos pesquisar no bairro dos artistas?
-Os investigadores farão isso por mim.
-E o que pretende fazer?
-Tem algum lugar turístico em mente?
-Cristo Redentor!
-Boa idéia...
Terminei de comer e fui com Bia até o hotel dela para que ela trocasse de roupa. Eu queria esperar na recepção mas ela insistiu paras que subisse com ela, alegando que queria em mostrar alguma coisa que ela achava que deveria me mostrar. Estranhei.
-Vem, vem. – falava Bia enquanto me puxava para o quarto.
-O que foi?
-Espera. – fechou a porta e, em rápidos movimentos, empurrou-me contra a parede e roubou-me um profundo beijo. Logo depois, voltou a falar – Estou apaixonada por você.
========= Continua no próximo capítulo. Wink

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Atenciosamente,
Kiko Chuck//