History Fictions
Bem-vindo(a). Por favor, conecte-se.

Participe do fórum, é rápido e fácil

History Fictions
Bem-vindo(a). Por favor, conecte-se.
History Fictions
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

+2
\'B
Brian
6 participantes

Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Qua Mar 25, 2009 8:57 pm

Então é a minha fic que estréia as fics do fórum Very Happy

Bom, vamos à fic.

==============================================

Bloody Machine

Autor: Victor Gois Gomes.
Censura: 16 anos.
Contém: Cenas de Violência, Tortura Física e Pscicológica, Menções a Situações Íntimas.

==============================================

Prólogo

Em uma época não muito distante, o reino de Sahri começou a Revolução Industrial. Os burgueses comemoraram, pois as máquinas prometiam fazer o trabalho de dez homens cada. Já os cidadãos de todo o reino se revoltaram, pois as máquinas ameaçavam seus já mal pagos empregos. E assim, o próspero reino afundou-se em uma guerra civil que durou seis anos e arrasou a sua economia. Agora, vinte anos após a guerra em Sahri, o reino de Lennon começou a sua Revolução Industrial. E, assim como Sahri, uma guerra civil inicia-se em Lennon.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Capítulo I -
Recomeço.

A cidade de Rialto estava em chamas. As labaredas iluminavam a noite nublada da cidade. Pessoas corriam desesperadas, fugindo dos soldados. No meio de toda multidão, um garoto de cabelos castanhos com aparentes quinze anos abraçava firmemente uma garota com a mesma cor de cabelo e com idade semelhante. Após toda a multidão fugir do lugar, um soldado com um brasão com o desenho de uma rosa silvestre na armadura dirigiu-se a eles, com a espada em riste.

-Não se preocupem. Os matarei rapidamente.

O soldado brandiu a espada em direção aos jovens, mas um cavaleiro, este com uma armadura mais leve que a do adversário e com um brasão com o desenho de uma estrela, bloqueou o golpe do soldado. Sua arma, um florete, parecia um graveto se comparado com a arma do soldado, uma espada de duas mãos. Após trocarem alguns golpes, o cavaleiro quebrou a arma do oponente e estocou o florete na testa do soldado, que tombou inérte. O cavaleiro virou-se para os jovens, que se encolheram, assustados. O cavaleiro soltou um riso abafado, guardou sua arma e estendeu a mão para os jovens.

-Vocês estão bem? - Perguntou.
-S... Sim... - Respondeu gaguejando o garoto enquanto usava o braço do cavaleiro como apoio para levantar-se.
-Onde estão seus pais? - O cavaleiro começou a olhar em volta em busca dos pais dos dois, mas avistava apenas cadáveres.
-... Eles... Estão mortos... - Respondeu a garota, com a voz tímida.

O cavaleiro suspirou e olhou o cenário desolado. Corpos, corpos e mais corpos. As edificações ainda queimavam, embora algumas já tivessem desmoronado. Os dois garotos ainda choravam assustados. O cavaleiro resmungou baixinho algo há ver com ética e de eles serem de menor e alisou seus longos cabelos loiros. Por fim, virou-se novamente para os garotos.

-Isso tudo se deve à loucura do rei Giovanni... O que vocês diriam se eu ofertasse a vocês uma chance de vingar seus pais, sua cidade e seus amigos?
-Hã? - Perguntaram ao mesmo tempo os dois jovens.
-Eu e alguns conhecidos somos de um grupo de rebeldes... E eu estou lhes ofertando uma vaga nesse grupo. O que me dizem?

Os jovens se entreolharam por alguns instantes e, por fim, responderam.

-Aceitamos o convite. - Responderam os garotos.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Um ferreiro trabalhava em uma arma. A cada martelada, o ferro começava a tomar a forma de uma espada. Estava prestes a dar o último golpe de martelo quando foi interrompido pelo som da porta se abrindo. Uma jovem moça de aparentes vinte anos adentrou a sala. Não era muito alta, e possuía longos cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Usava uma camisa grande demais para ela, fazendo com que ela aparentasse ser ainda menor, e uma calça que passava alguns centímetros dos joelhos.

-Bom dia, Edgar!
-Bom dia, sem-peitos. - Brincou o ferreiro do fato da amiga ter o busto pouco desenvolvido.
-Unf! Vou servir o café-da-manhã em alguns minutos, mas se você zombar dos meus peitos de novo, eu deixo você o resto da semana sem comida.

O ferreiro riu enquanto a amiga saia porta a fora. Lembrou-se do dia que eles se encontraram com o cavaleiro que os convidou para participar do grupo de rebeldes. Abriu as janelas do quarto improvisado para ser uma casa de forja e inspirou. Era estranho pensar que estava morando em Doges, a cidade do palácio, mesmo participando de um grupo que luta contra o império, há quase seis anos. Suspirou e sorriu. Para todos os moradores da cidade, ele era o melhor ferreiro do reino que mudou-se para a capital para ter uma vida tranqüila com sua "esposa" - uma idéia um tanto estranha. Mas sua função real era diferente: enviar armas e informações para o grupo de rebeldes. Inclinou-se um pouco mais na janela para poder observar o desfile em homenagem póstuma a rainha. Seria algo normal se esta não morta a quase doze anos.

-Você vem? - Perguntou a moça.
-Estou indo, Leila. - Respondeu o ferreiro.

Seguiram em direção à sala. No caminho, tirou sua máscara de forja, revelando seu rosto avermelhado graças ao calor da forja. Soltou uma fita que prendia seus razoavelmente longos cabelos castanhos. Seguiu em direção ao banheiro. Encheu suas mãos com água e lavou seu rosto repetidas vezes até que este voltasse a sua cor normal. Enxugou o rosto e as mão e seguiu em direção à cozinha. Sentiu o cheiro da comida e parou na porta, olhando a moça preparando um prato de omeletes. Ela parou e começou a chorar. Em sua mente, lembrava-se de quando o exército do rei devastou sua cidade natal e matou seus pais. O ferreiro avançou em sua direção sorrateiramente e começou a fazer cócegas na amiga.

-O que você acha que seus pais diriam se a vissem chorando assim? - Falou, enquanto a garota tentava escapar das cócegas do ferreiro.
-E... Eu... - Tentou falar enquanto segurava os risos. - Eu acho... que eles iam ficar irritados... Para!

A garota virou-se e acertou um tapa no rosto do ferreiro, que rodopiou algumas vezes e olhou para ela com um olhar choroso.

-Isso doeu!
-E você merecia outro por me fazer cócegas... Mas escapa dessa por ter me consolado. Agora pegue seu prato e coma. Gerad está nós chamando.
-Gerad? Por que?
-Eu não sei. Ele apenas disse que era urgente.

Eles sentaram-se e rapidamente limparam os pratos. O ferreiro colocou os pratos na bancada da pia e seguiu em direção a porta.

-Ei! Aonde você pensa que vai? - Protestou Leila.
-Façamos assim: você lava os pratos e eu arrumo as malas? Que tal? - Falou Edgar sorrindo.
-Ora, seu... Certo, mas ande logo. Se quando eu não tiver terminado de lavar os pratos você não tiver arrumado a mala, você é um homem morto.
O ferreiro começou a rir. - Certo, certo. Antes de você falar "em um ninho de mafagafos há cinco mafagafinhos"... Ah, você já entendeu.

O ferreiro correu em direção ao quarto, chegando ao cômodo em poucos segundos. Escancarou os armários e pegou as primeiras roupas que achou. Disparou em direção às malas, abriu-as e guardou as roupas, separando suas roupas das roupas da companheira.

-Pronto! Arrumei as malas! Podemos ir?
-Espera! Já pegou as armas? - Berrou da cozinha a garota.

O ferreiro berrou um chingamento e disparou em direção a casa de forja. Selecionou algumas armas e colocou-as em uma caixa de madeira.

-Pronto! Vamos?

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Em Voia, um cavaleiro e um arqueiro, sentados próximos aos portões da cidade, esperavam já impacientes.

-"Não se preocupe Roger." - Zombou o arqueiro. - "Eles devem chegar ainda hoje", não é, "Sir. Gerad Marcos"?
-E eu ainda digo: eles devem chegar ainda hoje... Ei! - O cavaleiro apontou para dois pequenos pontos em um morro não muito distante. - Eu não disse?
-Mas... Até eles percorrerem aquela distância toda já vai ter anoitecido. - O arqueiro levantou-se e tirou a terra da roupa. - Eu vou até lá.
-Ei! Me espere! - O cavaleiro levantou-se e correu atrás do arqueiro que já havia percorrido uma distância razoável.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Os dois jovens andavam calmamente. A distância entre Doges e Voia não era muita, mas era praticamente impossível percorrer todo o trajeto em um único dia. Estavam prestes a começar a armar um acampamento quando ouviram alguém chamá-los.

-Ed! Lei!
-Essa voz... Roger? - Perguntou-se Leila.
-Sim. - Respondeu Edgar. - Essa é a voz do Roger sim.

Eles desarmaram o pouco que haviam montado de uma tenda. Em poucos instantes um Roger eufórico e um Gerad exausto surgiram. O arqueiro deu uma bronca no ferreiro pelo atraso enquanto Leila socorria o estuporado Gerad.

-Está certo, mas você sabe que é uma missão impossível cruzar de Doges até Voia em um único dia! - Disse Edgar, defendendo-se.
-Mas vocês prometeram as armas para hoje! - Berrou Roger.
-Nós dissemos que em vinte e quatro horas iríamos chegar com as armas, contando a partir do dia vinte e cinco, ou seja: nós tinhas até as oito da manhã de amanhã para chegarmos com as armas.
-E além do mais, não é algo muito inteligente sair zanzando por aí à noite. - Disse Leila, em fim matando o assunto.
-Boa, sem-peito! - Comemorou o ferreiro, recebendo um soco logo em seguida. - Não podemos ficar andando por aí de noite. E a essa hora os portões da cidade já devem ter fechado.
-Mas... Gerad, que horas são? - Perguntou Roger, confuso.
-Nós levamos algo em cerca de duas horas para chegarmos aqui... Já deve ser algo entre vinte e três ou zero hora. - Respondeu o cavaleiro.
-Bom, já que estão aqui, nos ajudem a remontar a tenda. Mas só tem espaço para duas pessoas. - Brincou Edgar.
-Oh, obrigado Ed. - Falou Gerad. - Não se preocupe. Eu sou um cavalheiro: prometo não encostar em um fio de cabelo da sua "esposa".
-O que? - Bradou o ferreiro.
-Ora, claro! Eu sou seu superior e você não teria coragem de deixar uma jovem e bela moça como a Lei aqui fora, estou certo?
-Seu grande filho de uma leitoa gorda! - Berrou Edgar. - Olha, sobre não deixar ela aqui fora tudo bem. Mas ceder MEU lugar para VOCÊ?
-Não seja ingrato, armeiro. - Falou Roger. - Foi ele que salvou sua vida. Se bem... Que eu também não quero dormir aqui fora...
-Então vamos fazer assim. - Interrompeu Leila. - Gerad e Roger dormem na tenda e eu e o Ed ficamos aqui fora.
-Ei... Eu só estava brincando. - Disse o cavaleiro. - Podem ficar os dois na tenda. Eu e o Rôrô ficamos de vigia.
O arqueiro fez uma careta. - ...Rôrô?
-Eu não tinha nenhum nome melhor em mente. - Sorriu Gerad.
-Certo... - O arqueiro suspirou longamente. - Eu e o "Gêgê" ficamos de guarda. Vocês podem dormir tranqüilos... Só deixe as armas conosco.

O ferreiro entregou a caixa com todas as armas e foi ajudar a garota a armar a tenda. Os dois rebeldes ficaram admirando as armas, chingando baixinho o ferreiro por ser "um inútil que nasceu de quatro para a lua", nas palavras deles. Enquanto isso, entre as árvores, algo os observava.

Continua no Capítulo II.


Última edição por Brian em Seg maio 18, 2009 9:26 pm, editado 15 vez(es)
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por \'B Qui Mar 26, 2009 6:08 pm

Fora os erros de portugues ocasionais eu achei divino 8D
Estou super ansiosa pelo próximo capitulo, ok? Smile)
PM me quando você o postar RATOOOOOOOO! \o/
\'B
\'B
H-Fic PRO
H-Fic PRO


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Qui Mar 26, 2009 6:29 pm

Hahaha, obrigado pelo comentario, cat.
Sobre os erros de português, a culpa é do teclado do notebook Razz
É um horror digitar nele. E eu ando sem paciência para revisões textuais. Smile
Mas quando eu terminar a estória toda, eu lanço uma versão completa sem nenhum erro. Promisse Very Happy

Brian Highwind.

Edit: Eu corrigi alguns "herroz" na estória ^^
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Niklone Sex Mar 27, 2009 7:28 pm

Teclado do note né? sei...
Lembra algum rpg xD?
[s2rpg]

Mas ta muito boa Wink gratz
Niklone
Niklone
Divulgador H-Fic
Divulgador H-Fic


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Kiko Chuck Sex Mar 27, 2009 7:31 pm

nossa, como eu nao tinha lido pelo pc, tive q ler a fic ao vivo (sim, pelo roteiro impresso).

Não tive tempo pra ler pelo pc e foi improvisado mesmo!
Muito bom, mistura de Revolução Industrial (armas de fogo) com Medieval (armas brancas).
O fato de você reviver vocações como ferreiros das casas-de-forja e arqueiros invoca o medievalismo. Wink

Agora só falta os "efeitos especiais". Não vale colocar Há-Du-Ken ou Kame-Hame-Ha hein?
Capricha com "a" porque com "o" você fica afeminado!
Atenciosamente,
Kiko Chuck//
Kiko Chuck
Kiko Chuck
Administrador
Administrador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Tenkaichi
Nível: 99
Time: ELITE

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Blood Machine [Capítulo Atual: II]

Mensagem por Brian Sex Mar 27, 2009 7:37 pm

Bloody Machine

Autor: Victor Gois Gomes.
Censura: 16 anos.
Contém: Cenas de Violência, Tortura Física e Pscicológica, Menções a Situações Íntimas.

==============================================

Capítulo II -
Perseguição.

A fogueira do acampamento ainda crepitava quando os sons de um embate cortaram o silêncio da noite, acordando Edgar. Ele levantou-se rapidamente e checou se Leila continuava a dormir, saindo da tenda em seguida. No lado de fora, Gerad trocava golpes de espada contra o nada, enquanto Roger parecia estar mirando em direção a Gerad. O ferreiro, confuso, correu em direção ao cavaleiro.

-Gerad, o que você está fazendo?
-Você não está vendo?
-O que?
-Esse mercenário maldito!

O cavaleiro virou-se e agarrou um braço invisível e em seguida arremessando o dono do braço contra a fogueira, deixando visível o homem trajado com vestes negras. Este levantou-se e arremessou contra o ferreiro uma adaga da mesma cor que seu traje. Edgar desviou do golpe e correu em direção a caixa com as armas. Sacou uma clava e disparou em direção ao mercenário, e, antes que Roger ou Gerad reagissem, ele já havia esmagado o crânio do homem com um golpe da clava. O mercenário voou alguns metros e caiu imóvel. O cavaleiro e o arqueiro correram em direção ao corpo e certificaram-se que ele realmente havia sido abatido.

-Mas... Que diabos de golpe foi aquele? Desde quando você sabe lutar? - Berrou Gerad, impressionado com a força do golpe.
-Eu andei treinando, ué. Ou você acha que eu fiquei seis anos apenas forjando armas e brincando de teatro com a Leila? - Respondeu o ferreiro, também se aproximando do cadáver.
-Mesmo assim... - Retrucou o cavaleiro.

O arqueiro retirou a máscara do cadáver. O rosto do homem estava completamente deformado graças a força do golpe. Tão deformado que nem a própria mãe dele seria capaz de reconhecê-lo. Edgar continuava discutindo com Gerad e Leila ainda dormia.

-Sendo assim... - Pensou Roger. - ...De quem são esses passos?

O arqueiro começou a olhar em volta quando notou o reflexo da luz emitida pela fogueira em um objeto metálico - uma flecha. O arqueiro rapidamente sacou seu arco e disparou duas flechas contra o objeto. Alguns instantes depois ou viu o baque seco de um corpo contra o chão.

-O que foi isso? - Perguntou o cavaleiro.
-Edgar, acorde a Leila e vamos sair daqui agora! - Sussurrou o arqueiro.
-Porque?
-Este aí não era o único mercenário por aqui. - Disse o arqueiro, apontando para o cadáver de rosto deformado.

O ferreiro pegou a amiga no colo, com pena de acordá-la, enquanto o arqueiro acendia uma tocha e apagava a fogueira e o cavaleiro improvisava duas alças com o pano das mangas de sua camisa para carregar a caixa com as armas. Quando todos estavam prontos, dispararam em direção à cidade.

-Mas os portões da cidade estão fechados! - Lembrou o cavaleiro.
-Nós vamos entrar lá sorrateiramente. - Falou o arqueiro.
-Mas eu estou carregando esta caixa e o Edgar está carregando a Leila. Não temos como escalar os muros.
-Eu disse que íamos entrar sorrateiramente, não que iríamos escalar muros.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Cinco homens de vestes negras observavam os restos de uma fogueira. O acampamento ainda estava armado, porém não havia ninguém nele. Dois aliados haviam sido abatidos, embora eles não tivessem achado os cadáveres, previamente enterrados pelos rebeldes antes de fugirem.

-... Então... Dois dos nossos foram mortos por um grupinho de rebeldes mal feitos... Vossa Majestade não ira gostar disso...
-Sendo assim, vamos presentear nosso rei com as cabeças dos rebeldes.
-Certo. Só há um lugar para onde um grupo pequeno poderia fugir durante a noite... A cidade de Voia.

E, após o homem terminar a frase, todos sumiram como se nunca houvesses estado ali.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Roger já havia dado a oitava volta ao redor da muralha de Voia quando parou e começou a apontar freneticamente para algo no chão. Gerad e Edgar, ambos ainda carregando seus "pacotes", se aproximaram e soltaram baixinho um palavrão aleatório quando o arqueiro puxou uma pequena, quase invisível, alavanca fincada no chão, fazendo com que uma parte da muralha descesse, revelando uma estreita passagem.

-Como você sabia disso? - Perguntou Gerad.
-É uma passagem secreta que os próprios moradores criaram. Ela abre tanto por fora quanto por dentro. - Respondeu Roger com um sorriso.
-Eu não perguntei o que era, eu perguntei como você sabia da passarem.
O arqueiro coçou a cabeça e riu novamente. - Lembra quando teve um "arrastão" aqui na cidade? Pois bem. O arrastão era para construir isso: uma passagem de fuga.
-Certo, certo. - Interrompeu o ferreiro, olhando preocupado para os lados. - Vamos entrar logo. Não seria nem um pouco interessante se aqueles mercenários nós achassem aqui.

O ferreiro tomou a frente do arqueiro e espremeu-se para passar pelo estreito junto a garota, que ainda dormia em seus braços. O cavaleiro e o arqueiro se entreolharam e seguiram o ferreiro, fechando a passagem ao entrar. Seguiram para um edifício de dois andares. Era na verdade um casarão de paredes brancas com detalhes em vermelho. O cavaleiro tomou a frente do grupo e bateu cinco vezes na porta, com um intervalo entre a segunda e a terceira batida. Não levou muito tempo para que a porta fosse aberta por um sonolento jovem de cabelos loiros. Era quase vinte centímetros mais baixo que o cavaleiro, mas tinha um ar imponente mesmo com a cara de bêbado.

-Boa noite, Manael. - Falou o cavaleiro com um sorriso amarelo no rosto.
-Bom dia... - Respondeu o louro, fazendo sinal para eles entrarem.
-Gerad... Que lugar é esse? - Perguntou o ferreiro.
O cavaleiro riu baixinho. - Este, meu amigo, é nosso Quartel General. E este é Manael, nosso feiticeiro.

O grupo entrou no "quartel general". O saguão era grande e vago. Haviam algumas mesas e alguns caixotes - todos com as armas forjadas pelo ferreiro. O ferreiro seguiu para o quarto e, cuidadosamente, pôs a garota adormecida na cama. Ele voltou para o saguão onde Gerad, Roger e Manael o esperavam. Seguiram em direção a uma porta ao lado esquerdo do saguão e entraram numa sala. Esta, ao contrario do saguão, era pequena e com espaço para no máximo vinte pessoas. Havia uma grande mesa retangular, com vários mapas, plantas e anotações.

-Edgar, ponha as armas sob a mesa. - Disse Gerad.
-Certo, "milorde". - Disse o ferreiro, pondo a caixa com armas sobre a mesa.

O cavaleiro sacou arma por arma da caixa, testando cada contra um adversário imaginário. Chingou o ferreiro pelo fato de nenhuma arma ter apresentado defeito enquanto o ferreiro e ou outros riam. Após uma pequena discussão sobre o que fariam em seguida, todos desejaram boa noite e seguiram para seus quartos. O ferreiro entrou silenciosamente no quarto onde Leila dormia, tendo cuidado para não fazer nenhum ruído. Aproximou-se da garota e fixou seu olhar em seu rosto. Dormindo ela parecia ser um anjo. O ferreiro passou suavemente a mão no rosto da adormecida. Por um instante, passou em sua mente a idéia de beijá-La, mas ele reprimiu a idéia. "Ela é apenas minha amiga", pensou. Tirou a camisa e espreguiçou-se, foi até o banheiro e molhou o corpo. Enxugou-se e deitou-se ao lado da jovem, tendo cuidado para não acordá-La.

-Ed... - Suspirou Leila, ainda dormindo.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Manael adentrou um grande saguão, com infinitas estantes, todas cheias de livros e mais livros. Dirigiu-se ao centro da biblioteca, onde havia uma escada em espiral. Subiu-a, parando em um quarto. Lá, um homem idêntico a Manael, porém um pouco mais alto e com cabelos castanhos.

-Boa noite, Cij. - Falou Manael, bocejando.
-Boa noite, irmão. - Disse Cij, dando um tapa na testa do irmão.
-Ouch! Por que...? - O feiticeiro louro parou de falar para olhar na direção que o irmão apontou.
-Você não arrumou aqueles livros.
-Amanhã eu arrumo tá? Estou morto de sono...

O feiticeiro de cabelos castanhos tentou retrucar, mas o irmão despiu-se e jogou-se na cama, adormecendo instantaneamente. Cij chingou o irmão de todos os nomes que conhecia. Ao ver que ele não acordava, também despiu-se e atirou-se na cama.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Roger e Gerad conversavam enquanto tomavam algumas canecas de café. Bocejaram. Faltava pouco tempo para completar vinte e quatro horas que eles estavam acordados. O cavaleiro teve a impressão de ver um vulto na janela. "Deve ser os efeitos da cafeína", pensou enquanto colocava mais café na caneca. Tomaram a última caneca rapidamente e cada um seguiu para seu próprio quarto. O silêncio não durou muito tempo no QG. O som de passos leves quebrava o silêncio noturno.

Continua no Capítulo III


Última edição por Brian em Dom Ago 22, 2010 7:24 pm, editado 6 vez(es)
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Kiko Chuck Sex Mar 27, 2009 11:30 pm

roksi.

Very Happy

mas ainda falta um detalhe para que eu diga que está perfeito:
MORTES BEM DETALHADAS!

*-*
Kiko Chuck
Kiko Chuck
Administrador
Administrador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Tenkaichi
Nível: 99
Time: ELITE

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Sex Mar 27, 2009 11:31 pm

Se eu por mortes detalhadas a censura vai ter de subir para 17+ :/

Brian Highwind.
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por BatataaRoox Sáb Mar 28, 2009 5:53 pm

Muito bom (Y) Smile jocolor
BatataaRoox
BatataaRoox
Novato(a)
Novato(a)


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Niklone Sáb Mar 28, 2009 10:56 pm

apago o I??
manda o III fast plz =)
Niklone
Niklone
Divulgador H-Fic
Divulgador H-Fic


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Sáb Mar 28, 2009 10:58 pm

O I continua lá, no 1° post Razz
Eu vou ir postando todos os caps nesse tópico mesmo. Very Happy
Só que... O Cap. III vai demorar... um bocado pouco...
Mas ele sai Smile

Brian Highwind.

PS: Nikole, sua assinatura tá muito grande. x__x'
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Emmerly Ter Mar 31, 2009 3:23 pm

ta muito bom,rato
finalmente eu tive tempo para ler sua fic.
Smile
nao demore para postar o capitulo III
Emmerly
Emmerly
H-Fic PRO
H-Fic PRO


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Qua Abr 01, 2009 9:49 pm

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Taiga91

Não Múmia, o Cap. III vai demorar. Vai demorar tanto que eu já estou fazendo o IV.
Mas, por razões de forças maiores, não posso posta-lo...

Brian Highwind.
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Emmerly Sex Abr 03, 2009 9:31 pm

deve ser a preguiça que nao deixa....

¬¬
Emmerly
Emmerly
H-Fic PRO
H-Fic PRO


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Sex Abr 03, 2009 10:03 pm

Mi³~
E que esse PC que eu estou usando está "condenado" (a ficar sem a net), e, em homenagem a ele, eu vou esperar para por a fic no ar... Mas ela está pronta ^_^'

Brian Highwind.

PS: No floods, yes?
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Emmerly Qua Abr 08, 2009 9:13 pm

to esperando....

Neutral
Emmerly
Emmerly
H-Fic PRO
H-Fic PRO


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Blood Machine [Capítulo Atual: III]

Mensagem por Brian Qua Abr 08, 2009 9:24 pm

Sua espera acabou Razz

==============================================

Bloody Machine

Autor: Victor Gois Gomes.
Censura: 16 anos.
Contém: Cenas de Violência, Tortura Física e Psicológica, Menções a Situações Íntimas.

==============================================

Capítulo III-
Promessa.

Gerad levantou-se e esfregou os olhos. Havia tido um pesadelo, e nele todos da base haviam sido mortos. Seguiu em direção a cozinha para pegar um copo de água quando achou ter ouvido o som de um objeto metálico caindo. Esfregou os olhos mais uma vez e pegou um copo e encheu-o com água. Enquanto voltava para o quarto, ouviu leves passos vindo em sua direção. Sentiu um arrepio na espinha e começou a suar frio. Os passos estavam cada vez mais próximos. Fechou os olhos, esperando o pior.

-Tio Gê! - Bradou uma voz infantil.

O cavaleiro virou-se assustado. Mas, ao virar-se, não avistou ninguém. Ouviu a voz chamá-lo novamente e olhou para baixo. Uma criança de aparentes seis anos, de longos cabelos castanhos de uma tonalidade bastante clara, de olhos azuis como o oceano, trajando uma camisola longa e verde-clara e segurando um copo metálico sorria para ele.

-...Ceci? O que você faz acordada à essa hora?
-Ué, o mesmo que você tio: pegar um copo d'água.

O cavaleiro coçou o queixo e olhou para a garota. Passou a mão nos cabelos dela e suspirou.

-Você me assustou. Nunca mais faça isso. Ainda mais de noite.
A garota fez sinal de penitência, sorrindo. - Sim senhor, capitão!

Ceci seguiu para seu quarto após esvaziar o copo, deixando Edgar sozinho no saguão. Ele suspirou por alguns instantes e apoiou seu copo em uma das mesas.

-Acho que esse clima de pseudo-guerra não anda me fazendo bem... - Disse, seguindo para o quarto.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

No Palácio de Doges, uma grande festa ocorria. Nobres bailavam, comiam, bebiam e conversavam. No topo de uma grande escadaria, em uma sala com as paredes de vidro escuro, o rei, Giovanni Paolo, observava o baile com um sorriso. Era alto e imponente, embora sua cabeça calva acusava sua já avançada idade. O rosto tinha um aspecto sereno e calmo. Já seus olhos, castanho-avermelhados, tinham um ar misturado com o melancólico e o alegre. Trajava uma roupa branca com detalhes rubros e dourados e uma capa vermelha. Usava uma coroa dourada, com uma grande pedra azul em seu centro. Ao seu lado, um jovem cavaleiro louro, alto, com os olhos cor de mel e trajando uma armadura escura como a penumbra conversava com um vassalo. Pedia algo com vinho e que fosse agridoce. O vassalo fez uma reverência e saiu para entregar o pedido para o cozinheiro-mor do rei.

-Olhe, Sir. Thomas Deacon... Esta é a prova que o reino está mais próspero do que nunca... Diga-me, em sua curta vida já viste uma festa como essa?
-Não meu rei... Jamais vi um baile tão grandioso como este... - Disse o cavaleiro negro, suspirando por já ser a oitava vez que o rei repetia a pergunta.

Continuaram a apreciar a festa em silêncio. No pátio, um jovem loiro de cabelos espetados, magro, razoavelmente alto e de olhos castanhos passeava pelo salão, apalpando as nádegas de todas mulheres que via, vez ou outra recebendo um tapa como resposta. Seguiu neste processo até chegar onde o rei e o cavaleiro negro estavam. Ele entrou na sala de vidro e entregou o que havia sobrado do pedido do cavaleiro sorrindo.

-Foi mal, Deacon. Eu estava com um pouco de fome...
-...Este já é o oitavo prato que eu peço que você come, Sir. Mitra Rosslyn.
Mitra riu de maneira escandalosa e virou-se sério para o rei. - Senhor. Trago boas novas.
-Quais?
-A nossa "arma" está quase pronta...

O rei riu de maneira abafada, fazendo com que sua expressão facial mudasse completamente. O cavaleiro e o louro se entreolharam, como se perguntassem um ao outro o que estava acontecendo.

-Ótimo... Agora... Esses rebeldes vão ver... Que a Revolução Industrial vai dar certo em Lennon.

O rei começou a cantarolar alegremente a valsa que estava tocando. O louro sorriu para o cavaleiro negro, que o retribuiu com um olhar raivoso.

-Eu vou pegar outro prato de coxa de ganso, certo? Você fica ai cuidando de Vossa Majestade. Se você for bonzinho, eu te trago uma coxa de galinha.

E, antes que Deacon pudesse xingá-lo, Mitra correu em direção à cozinha, novamente apalpando todas as mulheres em seu caminho.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Os mercenários haviam entrado a pouco tempo na cidade. Não devia passar das três da manhã, mas o Sol começava a despontar. Se eles queriam executar o serviço, teriam de ser ágeis. Entraram em todas as casas possíveis, fazendo o mínimo de barulho. Estavam quase desistindo, quando notaram um casa. A base dos Rebeldes. Todos avançaram em direção ao casarão, e com alguns sinais de comando, separam-se. Cada um seguiu para um cômodo e colocaram um coquetel de molotov, saindo do quarto rapidamente. Quando todos os cômodos continham os coquetéis, saíram do casarão, rindo como loucos. Quando estavam a uma boa distância da cidade, ouviram as primeiras explosões. Não levou muito tempo para que outras explosões ocorressem, iluminando a cidade campestre.

-Nosso rei não vai ter as cabeças dos rebeldes... Mas vai ter suas cinzas. - Disse, rindo, um mercenário.
-Que tal "nosso rei não vai ter as cabeças dos rebeldes, mas terá as nossas"? - Disse uma voz atrás do mercenário.

O homem virou-se assustado. Na sua frente, estava a cabeça de um de seus aliados. Somente a cabeça, sendo sustentada pela mão de o que parecia ser um bardo com o rosto coberto com uma máscara de rato. O mercenário procurou reforços, mas todos seus aliados estavam decapitados e sem os braços. Tentou sacar sua arma, mas, antes que conseguisse por a mão no cabo da adaga, o bardo já havia arrancado seus braços com uma espada semelhante a uma gládios. Tentou falar algo, mas antes que terminasse de abrir sua boca, teve a cabeça arrancada e jogada longe com um golpe certeiro do bardo. Ele limpou o sangue que havia espirrado em sua máscara e olhou para os defuntos.

-... Nossa... Que sujeira. Acho melhor eu "esconder" isso.

E, sacando o violão, começou a tocar uma agitada melodia. Em poucos instantes, os corpos - apenas os corpos - dos mercenários começaram à pegar fogo, e em poucos segundos, estavam carbonizados. O bardo calmamente pegou as cabeças dos mercenários e jogou-as em uma caixa.

-Deixe-me ver... Bah, acho que o carteiro vai entender se eu apenas escrever "Palácio de Doges"...

Após terminar de escrever o endereço, pôs a caixa sob os ombros e seguiu para cidade, enquanto assobiava música serena.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Na base dos rebeldes, todos corriam desesperados. A edificação em chamas começava a desmoronar. Os feiticeiros Cij e Manael conjuravam algumas esferas de águas, mas não eram suficientes para conter as chamas. Edgar e Leila correram em direção aos gêmeos.

-Temos de sair daqui! - Berrou Edgar.
-Nós temos de conter essas chamas. Quando todos estiverem fora nós sairemos!

Uma pilastra começou a desmoronar, inclinando em direção ao gêmeos. Edgar e Leila puseram-se na frente da pilastra, segurando-a. Os feiticeiros a destruíram com um encantamento, e voltaram a conjurar esferas de água. Um grupo corria em direção à saída, mas antes de chegarem a porta, uma pilastra despencou, bloqueando a passagem e esmagando duas pessoas. Todos começaram a correr desesperados. Alguns jogavam-se da janela, ferindo-se com os vidros; outros apenas sentavam e começavam a amaldiçoas os deuses. Cij e Manael já não tinham forças para conjurar nenhum encantamento, e tanto Edgar quanto Leila já estavam exaustos. A garota começou a chorar, abraçada ao ferreiro.

-Calma... Se acalme... - Disse Edgar, tentando consolar a amiga.
-C... Como eu vou me acalmar...?
-Vai ficar tudo bem...
-Como você pode me garantir isso, agora, em um incêndio? Nem ao menos temos por onde tentar fugir! - Disse a garota, esmurrando as costas do ferreiro
-Não se preocupe... Nada de mal vai acontecer. Eu vou te proteger, não importa o que aconteça... - Disse Edgar, beijando a testa de Leila.
-...Você promete...? - Disse a garota, enxugando as lágrimas na camisa do ferreiro.
-Eu prometo.

Os dois permaneceram abraçados até Manael os chamar, pedindo ajuda para retirar alguns livros da biblioteca. Gerad e Roger abriam uma passagem entre as paredes, mas sempre que estavam prestes a terminá-La, o teto desmoronava, os obrigando a tentar outra parede. Todos já estavam sem esperanças quando uma melodia invadiu o ambiente. As chamas começaram a baixar, até que apagassem. Todos olharam o espetáculo assustados, até que outra parte do teto desmoronou, formando uma escada. No topo desta, o bardo acenava.

-Desculpem a minha demora. Estava enviando um... pacote.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Já fora do QG, todos olhavam para o salvador do dia. O bardo retirou a máscara, revelando seus longos cabelos castanhos, seus olhos azuis, iguais aos da Ceci, e seu rosto com aparência infantil. Era mais baixo que Edgar, chegando apenas a seu ombro, mas tinha um ar sereno. Suas roupas eram levemente espalhafatosas, embora predominassem cores como branco, azul e cinza em seu traje. Carregava uma espécie de violão de aspecto agressivo nas costas e uma gládios na cintura. Ceci correu em sua direção e abraçou-o. O bardo riu e retribuiu o abraço colocando-a em seus ombros.

-É bom vê-lo de novo, Cristopher. - Disse Gerad.
-Bah, que nada. Foram só... Três meses? Nem foi tanto tempo assim, foi? - Disse o bardo rindo.
-Foi o suficiente para eu sentir saudades, seu feio! - Disse Ceci, chutando o bardo.
-Ai, ai. Certo, certo... Na minha próxima viagem minha irmãzinha vem junto. - Disse Cristopher, brincando de jogar a irmã para frente e para trás.

Todos contavam quantos haviam morrido no incêndio enquanto Manael e Cij trocavam insultos por não terem salvado livros o suficiente. Distante de todos, Leila fazia um curativo no braço de Edgar.

-...É uma promessa, viu?
-Hã?
-Você prometeu que iria me proteger...
O ferreiro sorriu. - Uma promessa jamais pode ser quebrada.

A jovem continuou enfaixando o braço do ferreiro, até que foi interrompida por Gerad.

-Estão bem? - Perguntou o cavaleiro.
-Estamos sim. Graças ao... Ele é um feiticeiro ou algo do gênero? - Perguntou Edgar.
-...Quase. Já ouviram falar que "a música é a mais poderosa das magias"?
-Já... Ele é um bardo? - Perguntou Leila.
-É e não é. Ele é um bardo atualmente, mas já foi o maior Cavaleiro Branco de todo o reino.
-Cavaleiro Branco...? Como assim? - Perguntou novamente Leila.
-Os cavaleiros se dividem em quatro grupos. Creio que essa parte vocês já sabem. Os grupos são: Cavaleiros Azuis, como eu; Cavaleiros Vermelhos, que portam armas pesadas; Cavaleiros Negros, os que fazem um pacto com... Bem, eu não sei o que são. Só sei que é um pacto; E, os extintos Cavaleiros Brancos. Esses cavaleiros se dedicavam a proteger os outros, matando a menor quantidade de pessoas que fosse possível, o oposto dos cavaleiros negros. Só que o Cris... Não era um exemplo de cavaleiro branco. Já ouviram falar no "O Anjo Sanguinário"? Era ele.
-Aquele bardo com cara de pivete é um assassino?! - Berrou Edgar, fazendo com que todos o ouvissem e que o bardo se encolhesse.
-...Sim, Ed. Mas não fale tão alto. Ele fez isso por um bom motivo... Um grupo de cavaleiros negros do rei, como sempre, executou toda sua família por ele ser um aliado dos rebeldes. E então...Vocês já sabem a história. "Um cavaleiro branco matou sozinho uma legião de cavaleiros negros em poucos minutos".
-Tá, e dai? E vem cá, se toda a família dele foi morta, o que é aquela garota que ele chama de irmã? - Perguntou Edgar.
-Ela é irmã "adotiva" dele. Agora pare de falar e me deixe terminar a história... Onde parei? Ah, sim. Ele foi expulso da Ordem dos Cavaleiros de Nogar, aquele deus da... bem, não lembro, e o rei, com a desculpa de que os cavaleiros brancos eram na verdade uma arma dos rebeldes contra o império e que 'nada iria atrapalhar a Revolução Industrial', mandou que todos os membros da Ordem fossem mortos. E, para se proteger, Cristopher se disfarçou de bardo errante. Como cavaleiros brancos sabiam o principio da magia, essa "profissão" coube como uma luva para ele.
-Hm... Eu só entendi até a parte do "mas não fale tão alto"... Mas ta certo. "Um inimigo dos meus inimigos é meu amigo", certo?

O cavaleiro bufou e saiu resmungado enquanto Edgar ria. Leila apenas tratou de suspirar e olhar para o céu, onde o Sol já brilhava timidamente entre as nuvens. "Cavaleiros brancos... Parece... Ser interessante... Não?", pensou Leila, absorta em seus pensamentos.

Continua no Capítulo IV.

==============================================

Eu não gostei muito do Capítulo... Embora tenha gostado de escrever o baile no palácio. Como um spoiler não importante não mata, grande parte do Capítulo IV vai se passar em Doges...


Última edição por Brian em Sex Jun 26, 2009 9:36 pm, editado 2 vez(es)
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Emmerly Qua Abr 08, 2009 10:10 pm

foi pouco,rato....
mais ta muito bom!!

Cool
P.S. Invente outro final!!!Esse é muito triste...

Crying or Very sad
Emmerly
Emmerly
H-Fic PRO
H-Fic PRO


Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Qua Abr 08, 2009 10:12 pm

Múmia!
Sem spoilers!
Rolling Eyes

Brian Highwind


Última edição por Brian em Qua Abr 22, 2009 10:48 pm, editado 1 vez(es)
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Kiko Chuck Qui Abr 09, 2009 7:15 am

Gostei do Cris... Ele lembra... eu ;D
hauhahauhauah

Toca violão pra disfarçar sua identidade Cool
BEeeem meu estilo, sabe?
Parece que hoje, FINALMENTE, minha mãe vai comprar minha corda de guitar *-*

Daí vo passar a semana santa tocando guitar \,,/_ cheers
Nice!
\o\

Agoora voltando ao tópico e parando com flood...
Esse capítulo teve: suspense, um pouco de ação, leve drama e mais suspense.
Faltou um pouco de romance entre Edgar e Leila, como de costume... Mas não é obrigatório, claro, por tanto que não perca o foco da história... Tipo: o que ela quer repassar?
Se ninguém notou na minha história SS (Sexy Star), eu denuncio uma coisa muito pesada na sociedade... \o\ Supõe-se que o foco do SS é denunciar.
Continuando... No suspense que você fez, você tanto iniciou com suspense como também encerrou com suspense.
No início, o suspense de: quem está com Gerad?
No fim: qual a arma do rei?
O drama, seria a promessa de Edgar pra Leila, isso é meio dramático e FRACAMENTE romântico, então conta mais como drama.
E a ação, acho que todos já sabem, que é quando Cris aparece sendo ainda anônimo e desconhecido pelo leitor.

Gostei.
Atenciosamente,
Kiko Chuck//
Kiko Chuck
Kiko Chuck
Administrador
Administrador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Tenkaichi
Nível: 99
Time: ELITE

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Qua Abr 22, 2009 9:45 pm

E quem disse que vai haver romance entre eles?
O amor pode nascer no meio de uma guerra?

@Kiko Chuck:
E eu achando que você ia se identificar com o Mitra...

E, só para deixar vocês esperando, vou por um trechinho de nada no post... Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] 40

Bloody Machine IV escreveu:-Era o livro favorito da minha mãe, não era...?
-Não. Não era. Ele É o livro favorito da sua mãe.
-Pai... Você ainda não aceita que ela morreu...?
-Não! Ela não está morta!
-Mas...
-Saia do meu quarto, agora! - Disse, berrando e cuspido.

Brian Highwind.

Edit: O capitulo será adiado por pouco movimento no fórum. Não quero postar minha fic para ninguém ler...
Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] 32

So long, my friends.
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Qua maio 13, 2009 10:09 pm

Capítulo IV-
Amigos.

Antes de o Sol nascer completamente, Doges já começava a acordar. Os funcionários começavam a entrar nas indústrias. Quando o Sol indicava passar das oito da manhã, toda cidade se movimentava. Toda, com a exceção do grande palácio da cidade, o Palácio de Doges. A festa que havia ocorrido na noite passada havia esgotado todos os nobres de cidade, que dormiam profundamente. Apenas os funcionários do palácio e o rei estavam acordados. Em um grande saguão repleto de armas brancas, o rei treinava contra um alvo. Mas não com as armas lá presentes, mas com uma espécie de cano de metal com uma empunhadura. O rei apertou um gatinho na empunhadura do cano, e este disparou um projétil que transpassou o alvo, parando somente na parede. O rei foi até o local onde o projétil parou e colocou seu dedo indicador no buraco resultante do disparo.

-Três centímetros... -Disse o rei, retirando o dedo do orifício. - Este modelo precisa ser aprimorado...

O rei Giovanni deixou a arma sob a mesa e saiu da sala, cantarolando uma música. Foi até seu quarto e olhou pela janela. A vista da cidade era bela e agitada. Toda cidade parecia ter vida própria. Bocejou e estirou os braços. O progresso ia a todo vapor em Doges, e, em breve, em todo reino. "E por que não em todo continente?" pensou o rei, sorrindo. Sentou-se na cama e pegou um livro. Ficou algumas horas lendo, até que foi interrompido por uma jovem.

-Pai...? Posso entrar?

O rei virou-se, fazendo uma careta para ver quem era, mas, ao notar a filha, sorriu.

-Pode, entre. Fique a vontade.

A princesa entrou no quarto, sentando-se ao lado do pai. Inclinou-se para ver o livro que o pai lia.

-Era o livro favorito da minha mãe, não era...?
-Não. Não era. Ele É o livro favorito da sua mãe.
-Pai... Você ainda não aceita que ela morreu...?
-Não! Ela não está morta!
-Mas...
-Saia do meu quarto, agora! - Disse, berrando e cuspido.

A jovem saiu do quarto assustada. Virou-se e olhou para si mesma no espelho. Era diferente do pai. Era diferente de todos na cidade. Ela sempre via pessoas loiras de olhos azuis ou pessoas de cabelos castanhos e de olhos de mesma cor. Já seu cabelo era uma tonalidade de vermelho próxima ao rosa e de olhos cinzas. Sua pele era mais clara que a do pai e, mesmo já tendo vinte e dois anos, aparentava ter dezenove tanto pela estatura quanto pelo formato do rosto. Ela suspirou e tocou as orelhas, longas e pontudas. Era o que a tornava diferente de todos do reino: suas orelhas. Continuou olhando-se até que ouviu uma voz atras dela.

-Bom dia, princesa Erinia.
-Quem...? Oh, bom dia Sir. Mitra... Desejas algo?
-Você não precisa me tratar tão formalmente, princesa. Me chame apenas de Mitra. - Disse, sorrindo. - Eu vim te convidar para almoçar comigo.

O louro fez uma reverencia exagerada, fazendo Erinia rir. Seguiram até uma sala onde o louro fez sinal para que a garota esperasse.

-Eu não posso sair por aí com um uniforme militar. - Disse, apontando para suas vestes. - Como um bom arqueiro, eu devo manter minha aparência impecável.
-Tudo bem Sir. Mitra. Eu espero.

O louro bufou e entrou no quarto, saindo de lá alguns minutos depois trajando uma camisa bege com detalhes verdes e uma calça azulada, além de um sapato de couro. Estendeu o braço para a princesa e saíram para a cidade. A agitação da capital divertia a princesa, mas, por já ser rotineira para o arqueiro, não lhe chamava atenção. Andaram até chegarem a uma espécie de feira de novidades. Lá pesquisadores apresentavam o que diziam ser o futuro do mundo. Coisas como maçaricos, luminárias e vários outros inventos que pareceriam loucura alguns anos atrás. O arqueiro riu de maneira abafada ao perceber que as longas e pontudas orelhas e o cabelo rosado da princesa disputavam a atenção do público junto as invenções. Ela corou e tentou esconder as orelhas com a mão, mas sem nenhum efeito. Chegaram no que seria o centro da feira. Lá bardos tocavam e odaliscas dançavam ao ritmo da música, além de inúmeras lojas com comidas variadas.

-Quer comer algo? - Disse Mitra, apontando para uma edificação que vendia pratos a base de massas.
-Não. Eu estou... - Disse Erinia, sendo interrompida pelo ronco de sua barriga. - ...Morta de fome...

O arqueiro riu, quase perdendo o equilíbrio e deixando a princesa envergonhada. Entraram no prédio e pediram alguns pratos de espaguete - todos pagos pelo Mitra - e escolheram uma mesa.

-Mitra... Posso fazer-lhe uma pergunta?
-Claro. Fique a vontade. - Disse o arqueiro, limpando a boca suja de molho em um pedaço de papel.
-Por que você me chamou para sair? Na verdade, por que você é o único em todo palácio que não fala comigo por pura formalidade?
-Porque eu gosto de você. Você é minha amiga. Preciso de um motivo melhor?
-Bem... Acho que esse já é bom o suficiente...

Terminaram de comer e saíram, indo apreciar o resto da feira.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Em Voia, os rebeldes olhavam os escombros das edificações. Todos os corpos já haviam sido removidos e começavam a recolher o material que pudesse ser reutilizado.

-Minha nossa... Isso é incomum em uma cidade rural... - Comentou uma aldeã.
-Tem razão... Aposto meu gado que foi obra do rei! - Falou um fazendeiro.
-Acho melhor pensar direito na aposta. -Disse Cristopher. - Isso foi coisa dos espiões do rei, mas acho que ele não chegou a ter conhecimento do ocorrido.
-Você está defendendo o rei? - Indagou a aldeã.
-Não, não. Eu só disse que, desta vez, ele não teve envolvimento direto.

Os três continuaram a conversar, enquanto os rebeldes juntavam os materiais. Um pouco mais distânte, Edgar, Leila, Manael e Cij contavam os livros salvos. Quase todos eram sobre contos sobre os deuses.

-Cij, que bicho é esse aqui na capa? - Disse Leila, apontando para a figura na capa de um livro.
-Isso é como devem ser nossos deuses, pela visão de historiadores. Répteis gigantes, com asas enormes e com um poder inimaginável.
-Isso pare com... Eu já ouvi um conto que tinha um troço parecido com esse aí. - Disse Edgar, derrubando todos os livros acidentalmente.
-Agora que você comentou... É, eu também já ouvi sobre isso. Dragões... Acho que era assim que se chamavam... - Disse Leila, folheando um livro. - Eles existem de verdade ou são contos?
-Ninguém nunca viu um. E, mesmo eu duvidando que um dragão deixaria o azarado que o visse sair vivo, alguns dizem que eles não existem no mesmo plano de realidade que nós.
-...Hã? - Indagaram em uníssono Edgar e Leila.
-Deixe-me ver... Vocês não vêem fantasmas certo? Isso é por que o mundo dos vivos e dos mortos não são do mesmo plano. Assim como os dos dragões. - Disse Manael, exibindo um livro antigo. -É como se existissem infinitas versões desse mesmo mundo, cada um habitado por espécies diferentes. Mas, de acordo com esse livro... Antigamente, há muito, muito tempo, antes de nossos tataravôs nascessem, existiam pessoas com o dom de evocar seres de outros planos. Obviamente eles sempre queriam chamar dragões. O problema é que chamar um ser de outro plano consome mais energia do que apenas evocar esferas d'água ou pilares de fogo. É algo infinitamente mais cansativo.
-E... Presumo que quase todos que tentaram morreram, certo? - Perguntou Edgar.
-Exatamente. Um caso famoso é esse aqui. - Disse Manael, entregando o livro para Leila.
-...Um rei que sacrificou toda cidade para evocar Nogar... E acabou morrendo, esgotado, antes de conseguir evocar o dragão... - Disse Leila.
-Isso é insano... Mas se é tão cansativo chamar seres de outros planos, por quê tem pessoas que dizem falar com espíritos e genéricos? - Perguntou Edgar.
-A palavra farsa conta em seu dicionário? Claro, alguns podem ser realmente capazes de falar com fantasmas, afinal um espírito não é nem um terço do que é um deus...

Todos se calaram e voltaram a arrumar os livros derrubados por Edgar. Na edificação, Roger e Gerad auxiliavam os demais rebeldes a reunir os materiais. Várias coisas estavam carbonizadas e se esfacelavam ao serem tocadas. Conforme o tempo ia passando, mais e mais materiais eram achados e guardados em um galpão improvisado em um casebre abandonado. Após algumas horas coletando o material reutilizável, parecia estar tudo pronto. Suspiraram e foram descansar, enquanto Manael esmurrava Edgar por ter derrubado novamente a pilha de livros.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

A Lua já estava no céu quando Mitra e Erinia retornaram. O cavaleiro negro, Thomas, recepcionou-os com uma severa bronca. Mitra limitou-se a rir, conhecendo o gênio do amigo, mas Erinia encolheu-se, envergonhada.

-Ah, Deacon... Eu só levei a princesa para relaxar um pouco. Nem diga que foi uma má idéia, porquê você sabe que ninguém é de ferro.
O cavaleiro resmungou e olhou para o arqueiro. - Você deveria estar cuidando da "arma", não é?
-Ah, que nada. Meus subalternos são eficientes, diferente de seus soldados.
-O que você qer dizer com isso?
-Sabe... Não é minha culpa as baixas no exército...

O cavaleiro pulou em cima do arqueiro e começou a esganá-lo, enquanto este tentava soltar-se. Ficaram assim por alguns instantes, até Thomas largar o pescoço de Mitra. Se levantaram e, de repente, Mitra começou a rir sem nenhum motivo, deixando Erinia confusa.

-Lembra os velhos tempos, heim? - Disse Mitra, massageando o pescoço.
-É... Quando você vinha me irritar pelo fato de eu sempre estudando... Diferente de você.
-Ah, vamos. Eu sou o melhor arqueiro do reino. E além do mais, eu passei em primeiro lugar para a Artilharia Real, diferente de você. Qual sua posição mesmos? Ducentésimo segundo colocado para a Infantaria Real, certo?

O cavaleiro olhou friamente para Mitra e entrou no palácio, seguido pela princesa.

-Me encontre no saguão quando bater meia noite. - Sussurrou no ouvido no arqueiro antes de entrar, deixando para trás um Mitra avermelhado e confuso.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Edgar e Leila arrumavam o pouco que havia sobrado de suas roupas em uma mala. Os rebeldes haviam se alojado em uma hospedaria, enquanto Gerad e Roger tratavam de checar se não faltava ninguém na hospedaria. Chistopher e Ceci distraiam-se jogando algo que eles chamavam de "erre pê gê", que atraia a atenção das pessoas. Leila olhou para todos e suspirou.

-Bem... Vamos?
-Sim, vamos. - Disse Edgar, pondo a mala sobre as costas.

Viraram-se e dirigiram-se à porta. Quando Edgar estava prestes a abrir a porta, Gerad interrompeu-o.

-Onde vocês pensam que vão?!
-Hã... Para casa? - Disse Edgar.
-Vocês devem estar meio loucos... Vocês querem atravessar uma floresta a essa hora da noite? Hoje vocês dormem aqui.
-Mas todos os quartos já estão ocupados.
-Eu dou o meu quarto para vocês.
-Mas... E você? - Perguntou Leila.
-Eu fico bem no sofá. E, além do mais, eu vou com vocês amanhã.
-...Hã? - Perguntaram Edgar e Leila, quase simultaneamente.
-Me parece ser uma boa chance de ver o reino de perto. Basta vocês inventarem que eu sou um primo de... Sei lá, décimo oitavo grau da Leila, ou algo assim.
-Mas... E a reconstrução da base? - Perguntou Edgar.
-O Roger cuida disso. Além do mais, ele entende mais de engenharia que eu.
-...Tudo bem, mas você não vai ficar no nosso quarto. - Disse Edgar, cruzando os braços.
-Hm... Vocês dormem no mesmo quarto...? - Disse Gerad, com um sorriso no rosto.

O bate-boca continuou com um Edgar vermelho de raiva, uma Leila rosa de vergonha e um Gerad roxo de tanto apanhar. Cristopher, que os observava de longe, suspirou e ergueu os ombros.

-Vai entender... Cada louco com sua mania...

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Meia-noite. Mitra, sentado em um dos sofás do grande saguão do Palácio de Doges, esperava Erinia. Olhou para sua roupa, que na verdade era seu pijama, com uma camisa rubra e uma calça verde por cima. De frente para um relógio com o dobro do tamanho de sua cabeça, olhava os segundos passarem lentamente. Perguntava-se se não era apenas uma brincadeira da princesa, mas lembrou-se que, diferente dele, ela nunca agira de maneira infantil. Coçou a cabeça e se levantou. Suspirou e começou a andar em círculos pela grande sala. Estava quase perdendo as esperanças de que ela realmente viria quando sentiu um toque em seu ombro.

-Erinia...? - Disse Mitra, virando-se.
-Boa noite, Mitra. - Disse a jovem.

Erinia, vestida com um vestido branco, segurou a mão de Mitra e puxou-o para o pátio do palácio, parando apenas quando chegaram em um jardim cercado de flores, com uma fonte no centro do jardim, cercada por quatro bancos. Sentaram-se em um dos bancos e fitaram a Lua. A jovem de cabelos rosados apoiou sua cabeça no ombro do arqueiro, que enrubesceu-se. Tentou afastar-se, mas por estar na ponta do banco, não conseguiu. Resolveu agir como se nada estivesse acontecendo.

-Am... A noite está bonita... Não?
-Está sim, Mitra.
-Err... - O louro pensou em algo para falar, mas não conseguia pensar em nada.
-Mitra... Por que você está desviando seu olhar?
-Am... Oh, não, não. Eu só... É... Estava olhando... Hm... Aquela fonte ali...
-Hm? Aquela? - Erinia sentou-se no colo de Mitra, para poder enxergar a fonte. - Ah, sim, aquela. É bonita.
O louro pensou em algo para dizer. - Não é mais bonita que você. - E, mal terminando a frase, tapou a boca com as duas mãos.

Erinia olhou sorrindo para o arqueiro, que desviou o rosto, fingindo estar olhando para a fonte. A jovem segurou seu rosto e o fez olhar diretamente para ela. Lentamente, aproximou seu rosto do dele. O arqueiro tentou arranjar alguma desculpa para escapar da situação, mas, antes que conseguisse pensar em algo, a princesa beijou-o. E assim permaneceram por alguns minutos, até que o som de passo alertou-os do perigo. A princesa desceu do colo do arqueiro e ajeitou sua roupa. Mitra ajeitou sua camisa e passou um pouco da água da fonte para tentar esconder que estava vermelho. Conforme o barulho dos passos aumentava, o responsável pelo som revelava-se. Um soldado responsável pela vigilância noturna trajando uma armadura metálica leve e segurando um lampião aproximou-se deles.

-Sir. Mitra? Princesa Erinia? O que fazem aqui a essa hora?
-Hm... A princesa estava sem conseguir dormir e me pediu para fazer uma caminhada com ela.
O guarda coçou a cabeça. -Bom... Isso me parece fazer sentido... Mas Vossa Majestade não vai gostar de saber que a princesa está acordada a essa hora. Sugiro que voltem para seus quartos...
-Tudo bem, já estávamos voltando mesmo.

Os dois se levantaram e seguiram em direção a entrada do palácio, mas, antes que Mitra entrasse, o guarda interrompeu-o.

-Sir. Mitra... Por que o senhor está vermelho?
O louro bufou. - Seu serviço é vigiar, não saber porque eu estou verde-limão ou azul-piscina. Volte ao seu posto!
-S... Sim, senhor.

Mitra ficou parado, olhando o guarda se afastar. Tocou seu lábio inferior com a ponta do indicador e parou, pensativo.
E, olhando o céu, pensou se tudo aquilo que aconteceu não passou de uma atração momentânea que a princesa teve por ele. Mas, ao lembrar-se de que havia sido a própria Erinia que o havia chamado, sorriu. Deu um pequeno salto e entrou no palácio saltitando até finalmente chegar em seu quarto.

Continua no Capítulo V.


Última edição por Brian em Dom Ago 22, 2010 7:19 pm, editado 2 vez(es)
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Kiko Chuck Ter maio 19, 2009 6:46 pm

Mitra é gay?
Erinia eh loka? -> do nada?
o.o

nao tem nenhum cara-de-pau na fic? .-.
[alem da Erinia, claro]

aehaouheuahheaeaheahoe
aiai viu

ah massa 8D
go go capítulo V!
Kiko///
Kiko Chuck
Kiko Chuck
Administrador
Administrador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Tenkaichi
Nível: 99
Time: ELITE

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Brian Seg Jun 29, 2009 9:44 pm

Povo, o capítulo V da Bloody Machine será adiado Sad
Mas não chorem! Ele será adiado porque eu estou fazendo um game Very Happy
Vou ver se o Kiko disponibiliza uma área para os "makers" depois ^^

Brian Highwind.

PS: O Capítulo V sai até o fim do mês que vem. Prometo.
PS² [Alguns meses depois...]: Pois é, quebrei a promessa Laughing
Brian
Brian
Moderador
Moderador


#THE GAME# - Personagem
Nick: Brian
Nível: 1
Time: Preto

Ir para o topo Ir para baixo

Bloody Machine [Capítulo Atual: IV] Empty Re: Bloody Machine [Capítulo Atual: IV]

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos