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Clone 917433X [cap 2]

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Clone 917433X [cap 2] Empty Clone 917433X [cap 2]

Mensagem por A.Moura Qui Set 10, 2009 12:33 pm

Capítulo 2

Os quartos eram 22 andares abaixo do escritório de Sr. Last. X estava um pouco ausente a pensar no que seriam os clones enquanto o elevador descia, mas irritava-se cada vez que a rapariga se mexia para fugir, X sabia que bastava cruzar os braços dela nas suas costas e ela não se mexeria a não ser que quisesse partir os braços, mas X não sabia porquê, não a queria magoar.
- Como te chamas? – Perguntou X numa voz calma, ela queria saber o máximo sobre aquela rapariga que lhe causava tanta curiosidade.
- Estúpido clone. – Respondeu Catherine, com fúria e raiva na voz e expressão enquanto se tentava soltar.
X apenas encolheu os ombros, o elevador parou e com um barulho abriu as suas portas de metal. Catherine arrepiou-se ao deparar-se com o lugar escuro e gelado para onde a levavam: as paredes eram feitas de metal e apenas umas luzes muito fracas no tecto. X rodou o rosto na direcção da mais pequena, os seus olhos escuros observavam tudo à sua volta, o seu cabelo castanho caía sobre o seu fino rosto branco. Teria o quê? 18, 19 anos?
X passou a sua pulseira negra no ar, onde aparentemente não havia nada, apenas uma grande entrada para um dos quartos.
O quarto tinha duas janelas feitas de mivre, um metal muito resistente e transparente. Tinha uma cama de solteiro com um aspecto descuidado e aparência de ser um local onde se faziam longas e dolorosas torturas. O quarto, também de metal, tinha uma das paredes com restos de sangue secos.
Num dos cantos, Catherine viu uma tira branca com uma mancha vermelha - as faixas que a resistência usava. Alguns nos braços, outros na cabeça, outros nas pernas, mas todos os membros tinham uma faixa daquelas consigo. Ao ver aquele pedaço de tecido, lembrou-se de Alexander e de Ryan, os seus rostos passaram à frente dos seus olhos e nesse momento ela encheu-se de uma coragem e determinação que nunca pensara possuir. Ela não iria morrer, tinha fugir, ainda não sabia como, mas tinha.
X escutou o barulho do elevador a abrir-se, eles iam na torturar – tortura lenta e diária era o que eles faziam naqueles quartos até levarem o preso à exaustão física e metal, de modo a que este fizesse ou dissesse tudo o que eles queriam e necessitavam. A clone começou a pensar nas actividades diárias nestes locais, nunca tinha visto uma tortura, mas tinha ouvido os barulhos provenientes delas e eram totalmente aterradores: sons de gritos, choques eléctricos e pancadas. X olhou para o rosto fino da jovem ao seu lado e para a sua estatura frágil – nem dois dias iria aguentar.
- Fica aí! – Disse enquanto voltava a passar a pulseira na entrada do quarto e se dirigia aos torturadores.
Fico aqui? Nem mais um segundo. Pensou Catherine e começou a correr para a saída do quarto, quando estava apenas a três passos da X, sentiu algo a passar no seu corpo, uma descarga eléctrica. Sacudiu-se violentamente durante uns segundos no chão, sentia fortes dores em todos os músculos que se contraíam involuntariamente enquanto gemia de dores no chão frio.
X olhou para dentro do quarto vendo a origem de tais gemidos. Deparou a rapariga deitada no chão, não com um olhar de medo, mas com um olhar cada vez mais determinado, passou novamente a pulseira sobre a barreira e abaixou-se até à rapariga.
- Eu disse para ficares onde estavas. – Disse X calmamente.
Catherine apenas virou a cara e pôs-se em pé. – Porque te importas? - Cuspiu as palavras.
Boa pergunta, porque me importo?, X pensou para si própria, mas nada disse. Os torturadores chegaram ao quarto; cada centímetro do seu corpo de dois metros era uma carga gigante de intimidadora massa muscular que se salientava na roupa rasgada e suja. Os braços deles tinham o dobro do perímetro dos de X, a sua expressão era digna de um monstro de Halloween, com pequenos olhos pretos encovados e grandes maxilares quadrados, e dentes amarelados numa expressão sedenta de sangue e mortes. As suas grandes mãos acartavam coisas desconhecidas aos olhos da X.
X começou lentamente a afastar-se, não queria ouvir aquela tortura.

Ryan entrou no abrigo com o gato nas mãos, ele sabia a dona perfeita para ele: Catherine.
Subiu as escadas de metal devagar enquanto afagava a cabeça preta do gato, um toque vagaroso e suave. Bateu na porta do quarto. – Cath… – Chamou Ryan no seu tom carinhoso, mas não recebeu resposta. Voltou a chamar, mas continuava sem ouvir a irmã.
Segurou o gato apenas com um braço e com o outro tentou deslizar a porta para a abrir, mas esta estava trancada.
Estranho… Ryan começou a preocupar-se, não era hábito da irmã trancar a porta.
- Catherine, estás bem? – Ryan repetiu com preocupação evidente na voz. – Catherine! – Ele bateu mais fortemente.
Atirou o gato preto para o chão, e retirou o seu cartão.
Passou o seu cartão pela porta de metal pintada de violeta e esta deslizou suavemente para a esquerda.
O quarto era todo nos tons entre o rosa e o roxo, a cama estava coberta por uma colcha eléctrica que ia mudando entre as mesmas cores das paredes, as suas cortinas cor de lavanda esvoaçavam lentamente pela janela aberta com a brisa suave da noite.
Ryan olhou preocupado para o quarto todo, onde ela estava? Sentou-se na cama com as suas mãos nas têmporas, e olhou para o seu reflexo preocupado e assustado. Levantou-se e aproximou-se do espelho, pegou no seu cartão e passou-o pelo espelho accionando assim o computador. Todos os espelhos do abrigo eram grandes computadores que apenas eram accionados pelos portadores dos cartões mestres.
Ryan começou a rodar a mão no sentido contrário dos ponteiros dos relógios e o espelho começou a mostrar todos os passos de Ryan, mas de trás para a frente. Começou a rodar a mão mais depressa e as imagens começaram a passar tão rapidamente que já nem dava para perceber bem, quando viu Catherine na imagem, parou e começou a ver o que se tinha passado o quarto.
Ele viu a sua irmã a andar de um lado para o outro no quarto, as marcas das recentes lágrimas viam-se bem no seu rosto fino e branco, os seus olhos escuros estavam vermelhos de tanto chorar, ela olhou para a sua janela fechada – o seu rosto começava a ficar indeciso. Ryan não estava a gostar do que via.
Catherine aproximou-se do seu móvel e retirou de lá algo que Ryan não conseguiu ver. Ela aproximou-se da janela, olhou novamente para dentro do quarto, agora com determinação no olhar e saltou. No salto Ryan conseguiu reconhecer o que ela levava nas mãos – uma arma. Tudo ficou claro para ele, ela tinha ido procurar vingança.
Ryan deixou-se cair no chão como um boneco, agora que não tocava no ecrã este voltou a um simples espelho. O que é que ele ia fazer? Onde Catherine estava? Ela estaria viva? Tinha de estar, Ryan nem se deixava pensar nessa ideia.
- Ryan, o que se passa? – Perguntou Michael quando viu o amigo sentado no chão em estado de choque, olhou em volta. – Onde está Catherine?
Ryan voltou a tocar no espelho mostrando o que tinha visto ao seu amigo, sem dizer uma única palavra ou fazer contacto visual.
- Ela está doida? – Michael disse os seus pensamentos em voz alta, arrependendo-se imediatamente do que tinha feito.
- Doidice é nas horas mais movimentadas decidir ir com a nossa equipa a um assalto à cidade, doidice é assustar-se com um gato manso. – Ryan olhou para o Michael, um olhar preocupado e assustado. - O que ela fez é suicídio, é falta de amor à vida.
- Temos de avisar os outros, temos de encontrar Catherine.
- Isso se ela não estiver já morta.
Michael aproximou-se do amigo e deu-lhe um soco. – Nunca mais digas isso, a Catherine, embora seja nova, sai a ti, é uma sobrevivente. – Michael estendeu a mão ao amigo para o levantar, a sua expressão era de confiança.

X saiu do edifício da organização, sem avisar o seu senhor. Havia uma parte dela que sentia o dever, a necessidade, de ir dizer ao seu senhor o que ia fazer e para onde ia, mas havia outra parte dela que ansiava por algo, algo muito importante – liberdade. Andou por várias ruas rodeadas de prédios de mais de vinte metros, vários C.V.s (carros voadores) sobrevoaram a sua cabeça e outros tantos C.T.s (carros terrestres) apitaram para ela sair do meio da rua.
Sentou-se num dos jardins da cidade. X sentia um certo nojo daqueles jardins, árvores sintéticas que davam frutos extremamente perfeitos, cada maçã era igual a todas as outras, cada folha era verde viva e nunca tinha defeitos ou manchas, as folhas purificavam tanto o ar que até metia impressão, a madeira por ter sido levada à perfeição extrema tinha-se tornado feia, não tinha o aspecto natural da madeira que o Sr. Last usava no seu escritório, aquela madeira brilhante, pura e com riscos naturais, a madeira das árvores da nova era eram tão perfeitas, tão iguais que, como tudo da nova era, tinham-se tornado feias. Até a relva era toda igual e uniforme parecendo um tapete verde completamente monótono.
X observou umas crianças a brincar no jardim, junto delas as suas mães falavam calmamente. As crianças riam e brincavam no escorrega, X olhava para elas, sentindo pena de não se lembrar da sua infância…


- Sr. Last… – Eu disse antes de sair do seu escritório.
- Sim X? – Sr. Last disse sem olhar para mim, sempre ocupado.
- Eu não sei bem como dizer. – Na verdade sabia, mas tinha medo.
- X diz de uma vez, eu estou ocupado.
- Sr. Last porque é que não me lembro de quando era mais nova? Para dizer a verdade parece que apenas existo há umas semanas… – Eu disse de uma vez.
O Sr. Last olhou para mim, várias expressões passaram pela sua cara, mas eu não consegui perceber quais eram, ele olhou novamente para o seu computador, fechou a tampa e fez-me sinal para me sentar.
- X, se não fosses tão boa no teu serviço eu nem me iria dar ao trabalho de te explicar, a verdade é que foste vítima de um acidente de C.Vs no qual entraste em coma. Estiveste 7 meses no hospital ligada a um coração e pulmões artificiais. Um dia acordaste, tinhas perdido a memória, os teus familiares tinham morrido, então eu acolhi-te. A princípio parecias mesmo uma criança, não tinhas noção de nada, tivemos de te explicar tudo. Pouco a pouco melhoraste e eu ofereci-te este emprego. Bem, a partir daí tu é que sabes a tua evolução. – Sr. Last abriu o seu computador novamente. – Agora tenho de ir trabalhar.


- Senhora, porque é que os seus olhos são iguais aos do meu gato Xavier? – Uma das crianças veio falar com X tirando-a das suas memórias.
Era pequena devendo ter uns seis anos, vestia um vestido pequeno que mudava de cor conforme o seu humor – um tecido muito usado no séc XXIV – estava roxo cor da curiosidade e da meditação com rendas brancas nas pontas das mangas e no fundo do vestido, o seu cabelo ruivo estava preso com um grande laço do mesmo tecido. O seu sorriso inocente fazia covinhas nas bochechas e os seus olhos cor de mel tinham uma expressão calma e olhavam com curiosidade para os olhos da X.
- Sheila, não incomodes a senhora polícia. – Uma senhora de cabelo ruivo disse enquanto pegava na criança ao colo e o vestido desta passava a laranja cor da alegria. – Desculpe tê-la incomodado.
- Não faz mal. – X sorriu.
X viu-as afastarem-se sorrindo uma para a outra. Já se tinha perguntado algumas vezes porque é que os olhos de praticamente todos na organização eram diferentes, alguma coisa não estava certa, X sentia isso. Queria respostas, respostas que o Sr. Last não lhe dava, respostas a que ele fugia com cuidado e destreza.
X sentiu o seu pulso a tremer, olhou para a sua pulseira de metal e viu que estava a receber uma chamada, retirou-a do pulso, prendeu uma ponta abaixo da sua orelha, passou o restante por trás desta, prendeu a outra ponta dentro do ouvido e atendeu chamada.
- Daqui X.
“- X vai à zona 342 leste. Apareceram movimentos de resistentes por lá, Sr Last mandou-te ir lá.”
X tocou num botão do seu 4phone e ele desenrolou-se da sua orelha e esticou-se para a frente do seu olho esquerdo abrindo um pequeno monitor à frente deste.
- TJ manda-me agora os dados. – X disse.
No seu monitor começou a aparecer filmagens do local, vários resistentes andavam à procura de algo, X reconheceu alguns do funeral, mas não disse nada, apenas assistiu à procura dos resistentes de algo num prédio condenado.
- Quais são as ordens?
“- Exterminar todos e capturar o de cabelo preto e olhos verdes.” – X começou a ver a imagem a aproximar-se de um homem, tinha uma expressão de preocupação, um corpo muito definido, ombros largos e braços com a quantidade exacta de músculos para o tornar forte, mas não um monstro como os torturadores dos quartos. Quando a imagem mostrou a sua cara, X reconheceu-o como sendo o resistente que quase a tinha apanhado quando ela estava no abrigo.
- Está bem, vou desligar a chamada.
X puxou o monitor, esticando-o para lhe tapar os dois olhos. No canto superior do monitor apareceu um GPS com as indicações da forma mais rápida para chegar à zona 342 leste, X piscou os olhos numa combinação e o seu monitor passou a mostrar os corpos das pessoas em visão térmica e todo o resto normal, também ligou o sensor de armas.
Bateu com a mão no peito e sentiu a sua armadura a expandir-se pelo seu corpo por baixo das suas roupas, sentia o metal frio contornar cada curva da sua pele quente, agora sim ela estava pronta para uma caçada que não tinha a certeza se iria concluir.
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Aqui está o segundo capitulo
Espero arranjar mais comentários, porque sao eles que me fazem querer continuar.
Beijos, e já sabem quer gostem quer nao comentem Very Happy
A.Moura
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