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[Cap. III. Poderes revividos - Arthennya]

3 participantes

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Mensagem por DennySakura Seg Ago 24, 2009 11:40 pm

[Cap. III. Poderes revividos - Arthennya] Arthenyabyquickreaver

Arte by Quicreaver


Capítulo III: Poderes revividos - Arthennya



10 anos depois...


Arthennya, Reino de Mont Carlo

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-Pare, Arthennya! Você cairá do cavalo se continuar tão rápido! - berrou uma criança camponesa para a garota que cavalgava rapidamente pelos campos de Mont Carlo.


Ela continuou sorrindo sem dar ouvidos ao aviso e voltando a galopar em grande velocidade pelo campo aberto. Era uma bela garota de cabelos vermelhos, os olhos verdíssimos como esmeraldas cintilantes. Parecia não temer a nada, correndo daquela maneira contra o vento, sorrindente, porém adepta ao perigo.

Adentrou as árvores logo à frente com o belo corcel branco, a quem fora seu companheiro nos últimos anos, apreciando o vento no seu rosto. O sol estava se pondo no horizonte, avisando-lhe que já era hora de voltar para o castelo.

Mas antes de voltar, correria mais rápido pela última vez, apenas para terminar o dia satisfeita, como se quisesse guardar aquelas lembranças para sempre.


-Mais rápido, Grove! - pediu ao animal branco e bem dotado, sem precisar chicotea-lo. - Mais rápido! - o cavalo acelerou em passos largos, dentre as árvores, deixando um rastro de poeira às suas costas.

Ela estava prestes a dar meia volta e voltar para o campo na mesma velocidade, quando avistou três soldados da guarda real, olhando na direção dela. Certamente ficaram apostos quando ouviram os passos do cavalo se aproximar.


-É a princesa Arthennya... - murmurou um deles. Arthenya logo o reconheceu. Era Amancio, um soldado muito gentil que conhecera certa noite quando tentava escapulir do castelo, para brincar com a criança camponesa que estava sempre ao lado dela.


Ela parou um pouco afastada deles, reparando nos corpos jogados ao chão. Seus olhos se arregalaram com a quantidade de sangue derramada. Como um lampejo, sua mente vira um rio de sangue combrindo o corpo de uma mulher de cabelos louros. Era como uma imagem sem foco, borrada, como uma lembrança perdida, mas era o suficiente para saber que aquela cor escarlate era sangue, cobrindo um corpo sem vida.


-Volte princesa! - Amancio fez uma breve reverência defronte ela. - Está escurecendo e a floresta é muito perigosa.

-O que está acontecendo, Amancio? - perguntou ela docemente como se fosse algum familiar do soldado real. Ela não tinha a posição de alguém da realeza, que ordenava aos seus inferiores, sem dignidade de lhes chamarem pelo nome. - Por que eles estão feridos?

-São ladrões, majestade... Eles reagiram à prisão.

-Amancio! - repreendeu um deles. - Uma criança não precisa saber o que fazemos para o bem do reino! Mesmo que esta seja da realeza... - os olhos do soldado mais forte que Amancio repousaram desdenhosos sobre Arthenya. Era Salazar com sua arrogância de sempre. Nunca considerara a jovem Arthenya como parte da família real.

A princesa deu um leve toque no cavalo e se aproximou dos soldados com o cenho erguido, direcionado para Salazar. Porém não encontrou palavras para dizer à ele o que certamente alguém da realeza diria. Arthennya não enxergava essa superioridade em si, como via em sua irmã, em seu pai o rei Lucius e sua mãe, a rainha Ariel. Não via-se mais que aquele soldado carrancudo fitando-a com desprezo.


-Minha princesa, - chamou-a Amancio - as majestades já voltaram...

-Mamãe está de volta ao reino? - perguntou ela atônita.

-Aparentemente houve uma mudança nos planos. - respondeu gentilmente Amancio, fitando profundamente os olhos da garota. - Eles a esperam no palácio, com toda certeza...


Arthenya sorriu de felicidade, dando meia volta com o garanhão cinzento, voltou rapidamente pelo mesmo caminho que a deixou ali. Saber que o rei e a rainha haviam voltado do reino vizinho, a deixava muito feliz. Não gostava de ficar por muito tempo, distante de sua mãe.

Adentrou os portões do castelo em passos rápidos, seguindo diretamente para o pátio central. Não havia ninguém. Era estranho não estarem ali.

Subiu as escadas de mármore rapidamente, ofegante, sorridente, ansiosa para reecontrá-la, para abraçá-la. Deveria estar cansada e afogada em completo tédio, já que a rainha odiava sair para fazer esses acordos de paz com Lucius. O reino do qual eles foram vizitar não era muito distante, mas levava dois dias á cavalo até lá. Arthnya conhecia a mãe muito bem, para saber que ela não aprimorava viagens longas.

Adentrou o corredor onde ficava o quarto real, encontrando o rei Lucius à soleira da porta, com a expressão dura, seus olhos tinha um brilho morto como a de um animal à beira da morte.


-Onde estava? - perguntou ele asperamente à jovem princesa. Estava mais carrancudo que de costume.

-Cavalgando, majestade... - respondeu ela ofegante, fazendo uma leve reverência.

-A rainha quer vê-la. - Arthennya o fitou confusa e percebeu que alguma coisa estava errada. Alguma coisa havia acontecido para o rei estar daquela maneira: mais irritado do que sempre fora.


Só então a jovem menina reparou no sangue, em suas roupas refinadas de bordados dourados em ouro. Assustada com os pensamentos que a invadiram repentinamente, ela passou pelo rei e abriu rapidamente as portas do quarto.

O cômodo era enorme, cercados de belos enfeites dourados. A cama ficava bem ao fim do quarto, em baixo de uma imensa janela de vidros cor de abacate.

A garota enxergou imediatamente a silhueta da rainha sobre a cama, ao fim do cômodo espaçoso. Dirigiu para lá, tão rápido como se estivesse em seu belo corcel veloz, cortante do vento.


-Minha mãe!! - ela pulou sobre a cama, sem se importar com reverências ou formalidades. - O que acon... - ela parou no meio da pergunta, assim que viu a cauda de uma flecha sobressaindo o peito da rainha. A voz trancafiou-se em sua garganta e a pobre garota foi tomada pelo desespero. - O que aconteceu? Foram atacados no caminho?

-Fique calma... minha querida... - os olhos marejados da rainha fitaram a menina com carinho, como se nada de ruim estivesse acontecendo. - Onde estava?

-E-estava cavalgando... - respondeu trêmula, olhando para a flecha trancafiada em seu peito.

-Cavalgando... - a rainha forçou um sorriso. Seu rosto estava suado, sua pele estava mais pálida que o normal. Tentava segurar os calafrios causados pela febre, pois não queria assutá-la. - Você não parece ter apenas treze anos... Pegue para mim aquela caixinha...- apontou para a penteadeira dourada, fracamente. A voz por um fio desfarçando a dor que sentia no peito.


A jovem princesa correu até a caixinha de jóias da rainha Ariel, ainda sem acreditar que ela estava ferida. Uma dor imensa transcorria seu interior, sendo agarrada pelo medo de perdê-la; medo de perder sua mãe amada.

Estendeu a caixinha até ela com as mãos trêmulas, fitando-a nos olhos azuis intensos, que agora possuíam um brilho diferente do qual sempre foi.


-Você deve saber a verdade da maneira certa... - sibilou a rainha, pegando um belo colar de esmeraldas da caixinha de jóias. - Você não é... - engoliu em seco pelo que estava para dizer. Pensava que aquele momento nunca chegaria, mas a pessoa certa que deveria contar à Arthennya quem ela realmente era, deveria ser ela. Doía muito imaginar a forma com que ela descobrisse tudo, podendo ficar magoada para sempre. Ariel a amava como se Arthennya houvesse saído dela, como se fosse uma parte de seu corpo sem o qual não pudesse viver. - Você não é minha filha biológica... - suspirou, olhando a reação da menina trêmula ajoelhada ao seu lado.

-Eu... sou filha de outra... mãe? - as lágrimas molharam seu rosto, os olhos verdes e cristalinos brilhavam tristemente.

-Eu a encontrei num vilarejo destruído no Reino de Dragonwishi... Eu vi você na escuridão, tão longe... e ao mesmo tempo tão perto. Por isso sempre disse que você era minha luz, meu sol que iluminou minha vida quase vazia...

-M-mãe... eu...

-Não fique magoada comigo, minha princesa... Eu só não queria que você soubesse da maneira errada, da pessoa errada...

-Por que está me contando isso, minha mãe? Você vai ficar boa! - ela arregalou os olhos com a última gota de esperança que lhe restava. - Você ficará boa!

-Eu te amo, minha pequenina...

-Mandou me chamar, minha mãe? - Arthennya olhou para trás encontrando sua meia-irmã, Muriel. Os cabelos castanhos como o do pai, compridos e ondulados, os olhos azuis como os da mãe. Muriel ouvira toda a conversa às costas de Arthennya, assim como o rei um pouco afastado.

-Minha princesa... - sorriu. - Venha aqui... - a rainha nunca tratara ambas com alguma diferença, embora Muriel achasse o contrário. Ela estava com os olhos lacrimejados, mas não chorava como Arthennya. - Cuidem uma da outra... É só o que lhes peço... - abraçou Muriel, afagando-lhe os cabelos compridos.


As jovens princesas se afastaram, quando a rainha suspirou mais forte, deixando agora os calafrios tomarem posse de seu corpo. Ela estremecia, tentando espantar a morte que estava chegando, tentando ser forte, porém um frio maligno percorreu seu corpo trêmulo. A morte já estava presente. Ela não poderia negar-lhe era o seu destino, a vida terminar naquele instante.

O rei se aproximou. Os olhos vermelhos, o rosto numa expressão dura e ao mesmo tempo triste. A rainha passou as mãos fracas no rosto dele e sorriu. Seus olhos procuraram Arthennya uma última vez, depois se fecharam para nunca mais abrir.


Arthennya correu para fora do quarto, adentrou os corredores de mármore, depois desceu as escadas rapidamente.

A cena de sua amada rainha morrendo era como um de seus sonhos sangrentos, de seus devaneios malignos. Nunca pensara ter visto a morte de perto, pensava que aqueles pesadelos eram apenas pesadelos. Mas ao descobrir que veio de uma vila destruída, as coisas começaram a fazer sentido na sua cabeça. Os tratos de alguma pessoas naquele reino, o ódio mortal de sua meia-irmã Muriel, o desprezo do rei... Tudo porque ela não pertence àquele lugar, não pertence à realeza.

Chegou ao jardim do castelo seguindo direto para a árvore onde sempre ficava com sua mãe em dias de sol escaldante.

Sentou ao pé da árvore, abaixando a cabeça, deixando as lágrimas saírem como uma torrente de seus olhos. Não entendia o motivo de alguém tão boa como a rainha receber um destino tão cruel como a morte. Não conseguia imaginar o mundo sem ela. Não conseguiria viver no mundo sem ela.


-Arthennya! - ela levantou a cabeça para fitar a dona daquela voz tão irritada.

-Muriel... - sussurou a garota. - Muriel, você sabe o que aconteceu?

-Não é óbvio? - perguntou ela com uma carranca. - Eles foram atacados no caminho de volta para Mont Carlo.

-Sim, mas o motivo... Por que fizeram isso? Quem fez isso?

-Por que ela olhou para você?! - Muriel deixou as lágrimas descerem agora, os punhos cerrados, a expressão dura. - Por que ela disse que te amava e não disse o mesmo para mim?

-Muriel...

-O que você tem de especial? - ela se aproximou da irmã bruscamente. Seu rosto estava contorcido pela aparente dor que sentia. - Você nem é filha dela... - disse entre dentes, como se dissesse para ela mesmo. Gostaria de entender apenas, queria entender porquê sua mãe tinha tanto afeto para a filha de uma estranha.

-Muriel, eu não...

-CALE-SE! VOCÊ NÃO É MINHA IRMÃ! - empurrou Arthennya para trás, batendo-a contra o tronco da árvore.


Arthennya arfou, cerrando os punhos. Sentiu a estranha marca ao lado de seu olho esquerdo arder em resposta à sua raiva recente. Muriel estava sendo injusta com aquele ciúme doentio. Sua mãe acabara de morrer e ela estava preocupada com isso!

Muriel saiu correndo do jardim, deixando Arthennya ajoelhada abaixo da macieira. A princesa sentiu seus punhos arderem assim como a marca, depois viu-se socando com toda força o tronco da árvore. A macieira balançou-se fazendo alguns frutos maduros caírem ao chão. No tronco áspero ficou formado uma cratera do punhos dela, como se a madeira tivesse sido esculpida com maldade.

Arthennya olhou para as mãos com a testa franzida, ainda sentindo a marca queimar sua têmpora esquerda. Procurou por alguma ferida, pelo sangue, pelos ossos quebrados de suas mãos, mas não encontrou nenhum arranhão. Fitou a marca profunda na madeira mais uma vez, depois saiu do jardim na mesma velocidade que Muriel.

Tentaria fugir de si mesma, tentaria esquecer aquela dor, tentaria lembrar-se de quem era. No momento a vida pareceu não ter sentido nenhum. Nada seria o mesmo sem a rainha, sua amada mãe.


_________________________________________________________________________
Continua...
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Mensagem por Kiko Chuck Ter Ago 25, 2009 4:15 pm

=O'''''

Aaaaaaaaaaaaaaaah, pq ela tinha q bater as botas?!?!

Que dramático '-'..
Akela Muriel eh uma fdp '-' opsss... mfdr [Má Filha da Rainha] -q

Aí, li 2 cap's em 1 dia. *--*
e ainda ouvindo musica '-'


ihuw, ahuoahaouhau
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Mensagem por DennySakura Ter Ago 25, 2009 5:09 pm

Eu adoro um bom drama... hahuahus

Relaxa... Muriel só tah no começo de encher o saco... geek

vc leu os dois caps?!! Pois é ainda tô meio sem acreditar!!! hauhuash

bjs até o próximo!!
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[Cap. III. Poderes revividos - Arthennya] Empty Re: [Cap. III. Poderes revividos - Arthennya]

Mensagem por Vampire of shadow Ter Ago 25, 2009 5:49 pm

Caracolis... vc é foda!!
Uma pena a rainha ter morrido, mas deixou aquela sensação dramatica que eu tbm curto de montao... rsrsrsrs Ah! Muriel realmente tá por fora!

p.s.:muiito curioso pra saber o que vai acontecer!!!
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