Prólogo - 'Cinco prelúdios e fugas'
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Prólogo - 'Cinco prelúdios e fugas'
CAPA: Não avaliável
BANDA: the GazettE, Miyavi, Alice nine
TIPO: Capitulada 1/x
SUBTIPO: Script
GÊNERO: Romance, drama, darkfic
SUBGÊNERO: Slash, Shonen ai, yaoi
CLASSIFICAÇÃO: 18+
SINOPSE: Ali, ele era apenas um cara comum, com problemas comuns, vivendo uma vida comum, mas naquela cidade hostil o unico cheir que sentia era o de novas oportunidades.
DISCLAIMER: Nenhuma das bandas ou seus respectivos integrantes me pertencem. Todos os direitos são reservados a Peace and Smile Company. O uso de suas imagens e nomes nessa fic é estritamente figurativo, não estou lucrando nada com isso.
NOTAS DA HISTÓRIA: Super agradeço a minha beta, que sempre me ajuda e nunca deixa os capitulos atrasarem. Se demoro a postar, a culpa é unica e exclusivamente da minha irresponsabilidade! 8D
Valeu, Mama (Mary Jane) ;;
AVISO: A fic faz alusão à violencia, às drogas e à homossexualidade (FATO).
Ele levou o cigarro aos lábios mais uma vez e tragou profundamente, engolindo a fumaça. Naqueles dias frios que o inverno trouxera o seu vicio era o único que lhe fazia companhia e ele já havia se acostumado com a solidão, tanto que não saberia dizer exatamente o que sentia sabendo que a hora em que receberia a sua tão amada liberdade de volta estava chegando.
Se fosse qualquer outro talvez estivesse contando os segundos que faltavam para colocar os pés fora da prisão, mas não ele. Sua vida havia se resumido a nada, suas memórias haviam se perdido em um lugar de sua mente que ele não podia mais alcançar e o cárcere havia roubado a sua esperança. Já não sabia mais o que era sonhar.
Ele não tinha família. Ele não tinha amor no coração. Ele não tinha nada a que se apegar. Tudo que ele tinha era o mundo e nele seria jogado sem um lugar onde aportar.
Ele tragou outra vez e jogou o cigarro pela janela gradeada, a lua começava a surgir no céu, preenchendo a cela com sua meia-luz prateada e o rangido da grade sendo aberta tirou o homem de seus pensamentos.
- Shiroyama Yuu. – Alguém lhe chamou e ele encarou o policial que o observava do lado de fora do enclausuramento. – Você deve vir comigo...
- Eu sei... – Ele murmurou sem deixar o outro terminar e se levantou, caminhando até onde o policial estava e estendendo as mãos. – Me leve.
- Algemas não serão necessárias hoje, Shiroyama. Você está sendo libertado, não é?
Shiroyama deixou um pequeno sorriso brotar em seus lábios.
- Para a sua infelicidade... – E ele riu, irônico. Riu como não rira nos últimos três anos.
O policial o deixou sem resposta, seguindo pelo corredor estreito da prisão, levando o primeiro até o gabinete do delegado.
- Shiroyama Yuu?! – O delegado chamou, enquanto colocava algumas coisas sobre sua mesa. – Preciso que você assine alguns papeis antes que eu te liberte...
- Tudo bem... – Ele respondeu, seco, pegando a caneta que estava disposta sobre a mesa e assinando todos os papeis que o senhor atrás da mesa lhe entregava. – Só isso?
- Sim. Aqui está a sua carteira e suas roupas... – O homem disse, entregando um embrulho mal feito e recolheu os papeis. – Também checamos sua conta. O senhor tem um fundo de garantia e tanto...
Shiroyama abriu o embrulho, notou que ali também estava o papel do banco com as informações de sua conta e ao examiná-lo uma expressão realmente surpresa surgiu em seu rosto.
- Tudo isso?
- Sim... Já que o senhor não toca na conta desde que foi preso e o governo não parou de depositar, o dinheiro rendeu bastante.
- Mas... Isso é o bastante para...
- Começar uma nova vida! – O delegado completou, sorrindo e o mais jovem também sorriu. – Você é um homem de sorte, Shiroyama. Já sabe o que vai fazer?
- Eu... Eu vou para Tóquio!
Ele acordou sobressaltado, como quem acorda de um longo pesadelo. Sua franja estava grudada a testa por causa do suor e a raiz preta do cabelo já começava a aparecer. Seu coração batia rápido, mais rápido do que ele jamais havia sentido bater antes e sua cabeça doía levemente, como se houvesse levado uma pancada.
Olhou para a mão com uma careta de desgosto e se livrou da agulha que enviava soro a sua veia. Seus olhos acostumaram-se rápido a claridade e então ele percebeu que não estava em seu quarto, mas, antes que ele pudesse se questionar de qualquer maneira, uma moça de branco atravessou a porta da saleta em que ele se encontrava. Encarando-o boquiaberta, ela deixou a prancheta que carregava cair, correndo para o lado de fora, gritando algo sobre ele ter acordado. Logo ela voltou acompanhada de um homem e uma outra mulher.
- Matsumoto-San... – O homem chamou. Era o medico. - Você já parece estar recuperado, mas precisaremos fazer alguns exames antes de poder lhe dar alta... – Ele completou, verificando alguns aparelhos em torno da cama na qual o jovem estava acomodado e tornou a espetar sua pele, relocando a agulha de comunicação.
- Alta...? O que aconteceu comigo? Eu... Onde eu estou? – Ele perguntou confuso.
- Céus... Você não se lembra mesmo? – O medico tornou a falar. – Você está em um hospital, em Hakone. – Ele continuou, suspirando. – Foi um milagre você ter sobrevivido... Achávamos que você levaria muito mais tempo para...
- Mr.Kisanagui, Kawaguchi-San já foi comunicado e já está vindo pra cá! – Uma das mulheres os interrompeu, o medico assentiu com a cabeça e o jovem suspirou aliviado. Seu advogado já estava indo encontrá-lo.
- Matsumoto-san... Você não se lembra mesmo? – O medico tornou a perguntar e o jovem apenas balançou a cabeça negativamente. – O jato em que você estava com seus pais caiu durante a viagem de retorno a kanagawa. Os dois morreram na mesma hora, mas você resistiu...
- Meus pais... Morreram?
- Infelizmente...
Os olhos do paciente marejaram e então ele reparou na figura alta, para a porta da saleta.
- Por favor, Kawaguchi-San, entre... – Uma das enfermeiras chamou.
- Hikaru oji-san! – O jovem chamou e o homem que acabara de chegar se aproximou da cama, largando a pasta e abraçando o mais jovem com força.
- Takanori... Eu pensei que você nunca mais acordaria!
- Eu... Acordei... – Takanori murmurou, apertando o terno de Kawaguchi entre os dedos. – Por quanto tempo estive dormindo? – Encarou-o, com um olhar assustado.
- Três anos... Você esteve em coma por três anos, Taka-chan! – O mais velho respondeu, tirando a franja da testa do outro.
- Três anos...? E o que vou fazer agora? – Ele soluçou, deixando algumas lágrimas escorrerem pelo rosto redondo.
- Seus pais lhe deixaram uma herança enorme, Taka-chan... Você pode ter o que quiser... Morar onde quiser... – O advogado declarou e então Takanori o encarou. – Aonde você quer morar, Matsumoto Takanori?
- Tóquio...
Aquele era o lugar mais famoso de toda a cidade. Era lá que ele costumava estar toda sexta à noite e, algumas vezes, aos sábados também. Era lá que ele esquecia o quão superficiais e planejados seus atos poderiam ser, o quão amargurada havia se tornado sua vida. Era lá que ele assinava seus melhores contratos.
- Mas você nunca pensou em arranjar um trabalho permanente? – Um homem moreno de olhos claros e sotaque forte perguntou, encostando-se na parede e tomando um longo gole de seu uísque.
- As pessoas cansar-se-iam de mim... Eu cansaria do trabalho... – Ele comentou em resposta, rindo baixinho e apertando o filtro do cigarro que queimava entre seus dedos, entre seus lábios.
- Pense no quanto mais você ganharia, Takashima-San!
- Uruha... Chame-me apenas de Uruha! – Ele pediu, tragando.
- Tudo bem, Uruha... – O outro sorriu, esperançoso e puxou do bolso um papel não muito grande, dobrado negligentemente. – Se você pudesse apenas dar uma olhada... Ai tem todos os direitos descritos com precisão!
- Direitos...? Por exemplo...?!
- Dois por cento dos lucros da venda dos produtos divulgados, convites v.i.p.s para todas as festas de lançamentos de novos produtos, um carro com motorista para levá-lo aonde você precisar ir e muitos outros...
Uruha ponderou, correndo os olhos pelo contrato e rubricou no local indicado.
- Quando posso começar?
- Essa semana mesmo! – O moreno afirmou, apertando a mão do outro.
Uruha assentiu, sorrindo e acendeu outro cigarro, jogando o primeiro fora. Apontou com a cabeça a saída do bar, levantando-se e seguindo sozinho pra fora do local. A rua estava deserta, mas aquele não era um lugar perigoso e sua casa estava próxima. Ele não se incomodava em ir andando.
Uma fina chuva começou a cair, molhando os cabelos claros de Uruha. Ele parou, olhando para o céu, sorrindo. Aquele era o primeiro sorriso verdadeiro no qual seus lábios se dobravam aquela noite. Finalmente sua vida mudaria e parecia que nada poderia arrancar aquela sensação de ‘dever cumprido’ de seu peito.
Chegou a casa e jogou a jaqueta úmida em um canto qualquer da sala. Balançou a cabeça, tirando o excesso de água dos cabelos e subiu para o quarto, puxando do armário uma mala não muito grande e começando a arrumar algumas peças de roupas nela.
- Kouyou? – Uma voz feminina chamou e ele olhou para trás, vendo um rosto sonolento de uma jovem que ele conhecia muito bem. – Eu não vi você chegar... O... O que você está fazendo?
- As malas! – Ele sorriu de canto, voltando a concentrar sua atenção na arrumação da bagagem. – Eu agora tenho contrato fixo, Mayu... Vou me mudar para outra cidade e trabalhar sério!
A jovem sorriu e o abraçou por trás.
- Vou sentir saudades... – Ela comentou. – Aonde você vai?
- Tóquio! – E seu rosto se iluminou.
Seus olhos examinaram o documento com extremo cuidado e encheram-se de lágrimas. Encarou a mulher que o observava cansativamente do lugar onde estava sentada e meneou negativamente a cabeça.
- Como... Como você pôde me esconder isso durante tanto tempo? – Ele perguntou em tom afetado, o gosto do choro lhe salgando o paladar.
- Mas, meu amor, eu... – Ela começou, mas não conseguia terminar, as palavras estavam presas em sua garganta. Aproximou-se, hesitante, as lagrimas escorrendo-lhe dos olhos, mas o jovem apenas levantou-se, afastando-se dela.
- Não me chame de ‘meu amor’... Eu não sou seu amor! – Ele bradou, jogando a folha de papel encardido e velho no chão.
- Akira... Você é tudo pra mim... Não pode deixar que isso destrua nossa família... – Ela exclamou em tom pedinte e a expressão de raiva no rosto de Akira transformou-se em indignação.
- ‘Nossa família’? Minha família não esconderia quem eu sou de verdade por tanto tempo! – Ele murmurou. As lagrimas ainda escorrendo pelas bochechas metade cobertas por uma faixa sem detalhes que estava sempre em seu rosto.
A mulher suspirou, deixando-se cair de joelhos no tapete da sala, recolhendo o papel e apertando-o contra o peito.
- Eu só queria te proteger... – Ela sussurrou, quase inaudivelmente.
- Me proteger do quê? Da verdade? – Ele exasperou-se, passando o braço pelo próprio rosto em uma tentativa vã de enxugar o choro incontido. – A verdade um dia apareceria... Pena esse dia ter chegado tão tarde!
- Akira... – Ela repetiu, os soluços escapando-lhe pela boca.
- Você os conheceu? – Ele perguntou uma vez, mas não obteve resposta. – VOCÊ CONHECEU MEUS PAIS!? – Ele perguntou novamente, ríspido, e ela assentiu silenciosamente, apertando os olhos.
- Fizemos universidade juntos... – Ela disse, erguendo o rosto para olhá-lo.
- Eles... Ainda estão vivos? – Hesitou, aproximando-se da mulher cautelosamente, ajoelhando-se e encarando-a.
- Só o seu pai... Sua mãe morreu pouco depois de você nascer, por isso ele me entregou você... – Ela suspirou, desviando os olhos do olhar dele. – Eu não poderia ter filhos... Você foi meu único consolo! – Ela concluiu.
- Ela... Morreu quando me teve? – Ele perguntou, desolado. – E o que aconteceu com meu pai?
- Ele foi para Tóquio... Desde então perdemos o contato... – Ela disse e ele levantou-se, tomando das mãos dela o documento que havia causado toda aquela confusão. Pegou também as chaves da moto e a carteira, enfiando-a no bolso da calça e dirigindo-se até a porta. – Akira, aonde você vai?
- Eu? – Ele perguntou, olhando pra trás. – Atrás do filho da puta que me abandonou aqui com você e com aquele velho estúpido que precisei chamar de pai durante vinte anos!
- AONDE?! – Ela repetiu, desesperada.
- Tóquio!
Não haviam muitas pessoas vagando pelo aeroporto aquela tarde e as poucas que se mantinham ali, paradas defronte aos balcões de check-in, observando atentas os painéis que anunciavam o próximo vôo para Tóquio.
- Você tem certeza disso, Kai? – Um jovem não muito alto, de cabelos castanhos com alguns fios descoloridos em tons de loiro, perguntou. Sua mão apertava fortemente a mão do outro e seus olhos estavam fixados em um ponto qualquer do chão.
- Absoluta... Você sabe o quanto eu sonhei com esse dia, Nao... – O outro respondeu, erguendo o rosto do primeiro e fitando-o por um segundo.
Ouviram o número que estava gravado na passagem de Kai ser anunciado e o jovem que estava em sua frente suspirou, triste.
- O seu avião está chegando, nee?! – Ele comentou e Kai sorriu, tomando seu rosto entre as mãos.
- Ele está... Mas eu volto! – O outro afirmou confiante e colou os lábios aos do primeiro rapidamente. – Eu tenho algo para você...
Nao assistiu o outro retirar uma fina corrente de prata de seu bolso calmamente, colocando-a em seu pescoço e então examinou o pingente em forma de brasão que pendia em seu colo atenciosamente. Nele, uma cruz prateada estava gravada, envolta pelos espinhos de uma rosa e em seu verso um N e um K que se cruzavam. Suas iniciais. Kai sorriu e seus olhos encontraram os do outro, mas logo estariam separados porque o avião que o levaria ao encontro da realização de seu sonho havia acabado de pousar no aeroporto.
Ele pegou sua mala e se dirigiu ao portão de embarque, acenando fracamente para Nao. Entrou no avião e acomodou-se da melhor maneira que conseguiu em seu acento. A partir daquele momento, ele sabia, sua vida seria outra.
Ele estava voando para Tóquio.
Muito provavélmente eu vou demorar a atualizar. Essa fic é de uma complexidade incrivel - escrevê-la é um desafio pra mim!
BANDA: the GazettE, Miyavi, Alice nine
TIPO: Capitulada 1/x
SUBTIPO: Script
GÊNERO: Romance, drama, darkfic
SUBGÊNERO: Slash, Shonen ai, yaoi
CLASSIFICAÇÃO: 18+
SINOPSE: Ali, ele era apenas um cara comum, com problemas comuns, vivendo uma vida comum, mas naquela cidade hostil o unico cheir que sentia era o de novas oportunidades.
DISCLAIMER: Nenhuma das bandas ou seus respectivos integrantes me pertencem. Todos os direitos são reservados a Peace and Smile Company. O uso de suas imagens e nomes nessa fic é estritamente figurativo, não estou lucrando nada com isso.
NOTAS DA HISTÓRIA: Super agradeço a minha beta, que sempre me ajuda e nunca deixa os capitulos atrasarem. Se demoro a postar, a culpa é unica e exclusivamente da minha irresponsabilidade! 8D
Valeu, Mama (Mary Jane) ;;
AVISO: A fic faz alusão à violencia, às drogas e à homossexualidade (FATO).
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Ele levou o cigarro aos lábios mais uma vez e tragou profundamente, engolindo a fumaça. Naqueles dias frios que o inverno trouxera o seu vicio era o único que lhe fazia companhia e ele já havia se acostumado com a solidão, tanto que não saberia dizer exatamente o que sentia sabendo que a hora em que receberia a sua tão amada liberdade de volta estava chegando.
Se fosse qualquer outro talvez estivesse contando os segundos que faltavam para colocar os pés fora da prisão, mas não ele. Sua vida havia se resumido a nada, suas memórias haviam se perdido em um lugar de sua mente que ele não podia mais alcançar e o cárcere havia roubado a sua esperança. Já não sabia mais o que era sonhar.
Ele não tinha família. Ele não tinha amor no coração. Ele não tinha nada a que se apegar. Tudo que ele tinha era o mundo e nele seria jogado sem um lugar onde aportar.
Ele tragou outra vez e jogou o cigarro pela janela gradeada, a lua começava a surgir no céu, preenchendo a cela com sua meia-luz prateada e o rangido da grade sendo aberta tirou o homem de seus pensamentos.
- Shiroyama Yuu. – Alguém lhe chamou e ele encarou o policial que o observava do lado de fora do enclausuramento. – Você deve vir comigo...
- Eu sei... – Ele murmurou sem deixar o outro terminar e se levantou, caminhando até onde o policial estava e estendendo as mãos. – Me leve.
- Algemas não serão necessárias hoje, Shiroyama. Você está sendo libertado, não é?
Shiroyama deixou um pequeno sorriso brotar em seus lábios.
- Para a sua infelicidade... – E ele riu, irônico. Riu como não rira nos últimos três anos.
O policial o deixou sem resposta, seguindo pelo corredor estreito da prisão, levando o primeiro até o gabinete do delegado.
- Shiroyama Yuu?! – O delegado chamou, enquanto colocava algumas coisas sobre sua mesa. – Preciso que você assine alguns papeis antes que eu te liberte...
- Tudo bem... – Ele respondeu, seco, pegando a caneta que estava disposta sobre a mesa e assinando todos os papeis que o senhor atrás da mesa lhe entregava. – Só isso?
- Sim. Aqui está a sua carteira e suas roupas... – O homem disse, entregando um embrulho mal feito e recolheu os papeis. – Também checamos sua conta. O senhor tem um fundo de garantia e tanto...
Shiroyama abriu o embrulho, notou que ali também estava o papel do banco com as informações de sua conta e ao examiná-lo uma expressão realmente surpresa surgiu em seu rosto.
- Tudo isso?
- Sim... Já que o senhor não toca na conta desde que foi preso e o governo não parou de depositar, o dinheiro rendeu bastante.
- Mas... Isso é o bastante para...
- Começar uma nova vida! – O delegado completou, sorrindo e o mais jovem também sorriu. – Você é um homem de sorte, Shiroyama. Já sabe o que vai fazer?
- Eu... Eu vou para Tóquio!
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Ele acordou sobressaltado, como quem acorda de um longo pesadelo. Sua franja estava grudada a testa por causa do suor e a raiz preta do cabelo já começava a aparecer. Seu coração batia rápido, mais rápido do que ele jamais havia sentido bater antes e sua cabeça doía levemente, como se houvesse levado uma pancada.
Olhou para a mão com uma careta de desgosto e se livrou da agulha que enviava soro a sua veia. Seus olhos acostumaram-se rápido a claridade e então ele percebeu que não estava em seu quarto, mas, antes que ele pudesse se questionar de qualquer maneira, uma moça de branco atravessou a porta da saleta em que ele se encontrava. Encarando-o boquiaberta, ela deixou a prancheta que carregava cair, correndo para o lado de fora, gritando algo sobre ele ter acordado. Logo ela voltou acompanhada de um homem e uma outra mulher.
- Matsumoto-San... – O homem chamou. Era o medico. - Você já parece estar recuperado, mas precisaremos fazer alguns exames antes de poder lhe dar alta... – Ele completou, verificando alguns aparelhos em torno da cama na qual o jovem estava acomodado e tornou a espetar sua pele, relocando a agulha de comunicação.
- Alta...? O que aconteceu comigo? Eu... Onde eu estou? – Ele perguntou confuso.
- Céus... Você não se lembra mesmo? – O medico tornou a falar. – Você está em um hospital, em Hakone. – Ele continuou, suspirando. – Foi um milagre você ter sobrevivido... Achávamos que você levaria muito mais tempo para...
- Mr.Kisanagui, Kawaguchi-San já foi comunicado e já está vindo pra cá! – Uma das mulheres os interrompeu, o medico assentiu com a cabeça e o jovem suspirou aliviado. Seu advogado já estava indo encontrá-lo.
- Matsumoto-san... Você não se lembra mesmo? – O medico tornou a perguntar e o jovem apenas balançou a cabeça negativamente. – O jato em que você estava com seus pais caiu durante a viagem de retorno a kanagawa. Os dois morreram na mesma hora, mas você resistiu...
- Meus pais... Morreram?
- Infelizmente...
Os olhos do paciente marejaram e então ele reparou na figura alta, para a porta da saleta.
- Por favor, Kawaguchi-San, entre... – Uma das enfermeiras chamou.
- Hikaru oji-san! – O jovem chamou e o homem que acabara de chegar se aproximou da cama, largando a pasta e abraçando o mais jovem com força.
- Takanori... Eu pensei que você nunca mais acordaria!
- Eu... Acordei... – Takanori murmurou, apertando o terno de Kawaguchi entre os dedos. – Por quanto tempo estive dormindo? – Encarou-o, com um olhar assustado.
- Três anos... Você esteve em coma por três anos, Taka-chan! – O mais velho respondeu, tirando a franja da testa do outro.
- Três anos...? E o que vou fazer agora? – Ele soluçou, deixando algumas lágrimas escorrerem pelo rosto redondo.
- Seus pais lhe deixaram uma herança enorme, Taka-chan... Você pode ter o que quiser... Morar onde quiser... – O advogado declarou e então Takanori o encarou. – Aonde você quer morar, Matsumoto Takanori?
- Tóquio...
~
Aquele era o lugar mais famoso de toda a cidade. Era lá que ele costumava estar toda sexta à noite e, algumas vezes, aos sábados também. Era lá que ele esquecia o quão superficiais e planejados seus atos poderiam ser, o quão amargurada havia se tornado sua vida. Era lá que ele assinava seus melhores contratos.
- Mas você nunca pensou em arranjar um trabalho permanente? – Um homem moreno de olhos claros e sotaque forte perguntou, encostando-se na parede e tomando um longo gole de seu uísque.
- As pessoas cansar-se-iam de mim... Eu cansaria do trabalho... – Ele comentou em resposta, rindo baixinho e apertando o filtro do cigarro que queimava entre seus dedos, entre seus lábios.
- Pense no quanto mais você ganharia, Takashima-San!
- Uruha... Chame-me apenas de Uruha! – Ele pediu, tragando.
- Tudo bem, Uruha... – O outro sorriu, esperançoso e puxou do bolso um papel não muito grande, dobrado negligentemente. – Se você pudesse apenas dar uma olhada... Ai tem todos os direitos descritos com precisão!
- Direitos...? Por exemplo...?!
- Dois por cento dos lucros da venda dos produtos divulgados, convites v.i.p.s para todas as festas de lançamentos de novos produtos, um carro com motorista para levá-lo aonde você precisar ir e muitos outros...
Uruha ponderou, correndo os olhos pelo contrato e rubricou no local indicado.
- Quando posso começar?
- Essa semana mesmo! – O moreno afirmou, apertando a mão do outro.
Uruha assentiu, sorrindo e acendeu outro cigarro, jogando o primeiro fora. Apontou com a cabeça a saída do bar, levantando-se e seguindo sozinho pra fora do local. A rua estava deserta, mas aquele não era um lugar perigoso e sua casa estava próxima. Ele não se incomodava em ir andando.
Uma fina chuva começou a cair, molhando os cabelos claros de Uruha. Ele parou, olhando para o céu, sorrindo. Aquele era o primeiro sorriso verdadeiro no qual seus lábios se dobravam aquela noite. Finalmente sua vida mudaria e parecia que nada poderia arrancar aquela sensação de ‘dever cumprido’ de seu peito.
Chegou a casa e jogou a jaqueta úmida em um canto qualquer da sala. Balançou a cabeça, tirando o excesso de água dos cabelos e subiu para o quarto, puxando do armário uma mala não muito grande e começando a arrumar algumas peças de roupas nela.
- Kouyou? – Uma voz feminina chamou e ele olhou para trás, vendo um rosto sonolento de uma jovem que ele conhecia muito bem. – Eu não vi você chegar... O... O que você está fazendo?
- As malas! – Ele sorriu de canto, voltando a concentrar sua atenção na arrumação da bagagem. – Eu agora tenho contrato fixo, Mayu... Vou me mudar para outra cidade e trabalhar sério!
A jovem sorriu e o abraçou por trás.
- Vou sentir saudades... – Ela comentou. – Aonde você vai?
- Tóquio! – E seu rosto se iluminou.
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Seus olhos examinaram o documento com extremo cuidado e encheram-se de lágrimas. Encarou a mulher que o observava cansativamente do lugar onde estava sentada e meneou negativamente a cabeça.
- Como... Como você pôde me esconder isso durante tanto tempo? – Ele perguntou em tom afetado, o gosto do choro lhe salgando o paladar.
- Mas, meu amor, eu... – Ela começou, mas não conseguia terminar, as palavras estavam presas em sua garganta. Aproximou-se, hesitante, as lagrimas escorrendo-lhe dos olhos, mas o jovem apenas levantou-se, afastando-se dela.
- Não me chame de ‘meu amor’... Eu não sou seu amor! – Ele bradou, jogando a folha de papel encardido e velho no chão.
- Akira... Você é tudo pra mim... Não pode deixar que isso destrua nossa família... – Ela exclamou em tom pedinte e a expressão de raiva no rosto de Akira transformou-se em indignação.
- ‘Nossa família’? Minha família não esconderia quem eu sou de verdade por tanto tempo! – Ele murmurou. As lagrimas ainda escorrendo pelas bochechas metade cobertas por uma faixa sem detalhes que estava sempre em seu rosto.
A mulher suspirou, deixando-se cair de joelhos no tapete da sala, recolhendo o papel e apertando-o contra o peito.
- Eu só queria te proteger... – Ela sussurrou, quase inaudivelmente.
- Me proteger do quê? Da verdade? – Ele exasperou-se, passando o braço pelo próprio rosto em uma tentativa vã de enxugar o choro incontido. – A verdade um dia apareceria... Pena esse dia ter chegado tão tarde!
- Akira... – Ela repetiu, os soluços escapando-lhe pela boca.
- Você os conheceu? – Ele perguntou uma vez, mas não obteve resposta. – VOCÊ CONHECEU MEUS PAIS!? – Ele perguntou novamente, ríspido, e ela assentiu silenciosamente, apertando os olhos.
- Fizemos universidade juntos... – Ela disse, erguendo o rosto para olhá-lo.
- Eles... Ainda estão vivos? – Hesitou, aproximando-se da mulher cautelosamente, ajoelhando-se e encarando-a.
- Só o seu pai... Sua mãe morreu pouco depois de você nascer, por isso ele me entregou você... – Ela suspirou, desviando os olhos do olhar dele. – Eu não poderia ter filhos... Você foi meu único consolo! – Ela concluiu.
- Ela... Morreu quando me teve? – Ele perguntou, desolado. – E o que aconteceu com meu pai?
- Ele foi para Tóquio... Desde então perdemos o contato... – Ela disse e ele levantou-se, tomando das mãos dela o documento que havia causado toda aquela confusão. Pegou também as chaves da moto e a carteira, enfiando-a no bolso da calça e dirigindo-se até a porta. – Akira, aonde você vai?
- Eu? – Ele perguntou, olhando pra trás. – Atrás do filho da puta que me abandonou aqui com você e com aquele velho estúpido que precisei chamar de pai durante vinte anos!
- AONDE?! – Ela repetiu, desesperada.
- Tóquio!
~
Não haviam muitas pessoas vagando pelo aeroporto aquela tarde e as poucas que se mantinham ali, paradas defronte aos balcões de check-in, observando atentas os painéis que anunciavam o próximo vôo para Tóquio.
- Você tem certeza disso, Kai? – Um jovem não muito alto, de cabelos castanhos com alguns fios descoloridos em tons de loiro, perguntou. Sua mão apertava fortemente a mão do outro e seus olhos estavam fixados em um ponto qualquer do chão.
- Absoluta... Você sabe o quanto eu sonhei com esse dia, Nao... – O outro respondeu, erguendo o rosto do primeiro e fitando-o por um segundo.
Ouviram o número que estava gravado na passagem de Kai ser anunciado e o jovem que estava em sua frente suspirou, triste.
- O seu avião está chegando, nee?! – Ele comentou e Kai sorriu, tomando seu rosto entre as mãos.
- Ele está... Mas eu volto! – O outro afirmou confiante e colou os lábios aos do primeiro rapidamente. – Eu tenho algo para você...
Nao assistiu o outro retirar uma fina corrente de prata de seu bolso calmamente, colocando-a em seu pescoço e então examinou o pingente em forma de brasão que pendia em seu colo atenciosamente. Nele, uma cruz prateada estava gravada, envolta pelos espinhos de uma rosa e em seu verso um N e um K que se cruzavam. Suas iniciais. Kai sorriu e seus olhos encontraram os do outro, mas logo estariam separados porque o avião que o levaria ao encontro da realização de seu sonho havia acabado de pousar no aeroporto.
Ele pegou sua mala e se dirigiu ao portão de embarque, acenando fracamente para Nao. Entrou no avião e acomodou-se da melhor maneira que conseguiu em seu acento. A partir daquele momento, ele sabia, sua vida seria outra.
Ele estava voando para Tóquio.
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Muito provavélmente eu vou demorar a atualizar. Essa fic é de uma complexidade incrivel - escrevê-la é um desafio pra mim!
\'B- H-Fic PRO
Re: Prólogo - 'Cinco prelúdios e fugas'
nooossa! *-*
acho que minha maior coragem na vida foi ler esse prólogo.
aheuhaeuhauheahe
no início dá medo de ler por ser enorme, mas quando você começa, depois de um certo tempo, não quer mais parar.
Depois de ler pelo menos sobre os dois primeiros caras, você já percebe que todos vão se encontrar em Tokyo de alguma maneira... É como se você tivesse fazendo uma estória contando como eles se encontram, o caminho e a meta que escolhem, etc.
Adorei a idéia \'B, você tem um talento enorme... Se isso foi apenas o prólogo, a história em si deve tá FO-DA.
Parabéns!
Atenciosamente,
Kiko Chuck//
acho que minha maior coragem na vida foi ler esse prólogo.
aheuhaeuhauheahe
no início dá medo de ler por ser enorme, mas quando você começa, depois de um certo tempo, não quer mais parar.
Depois de ler pelo menos sobre os dois primeiros caras, você já percebe que todos vão se encontrar em Tokyo de alguma maneira... É como se você tivesse fazendo uma estória contando como eles se encontram, o caminho e a meta que escolhem, etc.
Adorei a idéia \'B, você tem um talento enorme... Se isso foi apenas o prólogo, a história em si deve tá FO-DA.
Parabéns!
Atenciosamente,
Kiko Chuck//
Kiko Chuck- Administrador
#THE GAME# - Personagem
Nick: Tenkaichi
Nível: 99
Time: ELITE
Re: Prólogo - 'Cinco prelúdios e fugas'
esse prólogo ta maior q todas as fiqs juntas xP
mas fico muito bom ~Gratz~
mas fico muito bom ~Gratz~
Niklone- Divulgador H-Fic
History Fictions :: Fics :: Sua Fic :: Chasm
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